Somos frequentemente atraídos pelos problemas alheios — talvez, como reza o ditado francês, porque nos distraem dos nossos próprios. As recentes filmagens de Neth Nahara em Benguela são profundamente angustiantes. Conhecida pelo seu humor e carisma enquanto personalidade das redes sociais, ela parece agora encontrar-se em apuros. Poderá necessitar de um afastamento da vida pública e, mais importante ainda, de auxílio profissional. Espera-se que os profissionais de saúde mental angolanos lhe possam oferecer apoio — quiçá até de forma pro bono.
Tudo indica que Neth Nahara possa estar a sofrer de uma doença mental, possivelmente o transtorno de personalidade borderline (TPB). Esta condição, mais frequentemente diagnosticada em mulheres, caracteriza-se por instabilidade emocional, impulsividade e fraco discernimento. O TPB tende a conduzir a comportamentos arriscados ou socialmente inadequados, o que poderá explicar a perturbadora cena em Benguela. Ali, foi registada a urinar em público enquanto os presentes a exortavam a usar uma casa de banho, enquanto outros — maioritariamente jovens homens — a filmavam com os seus telemóveis.
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O TPB associa-se a relações instáveis, a uma autoimagem frágil e a atos impulsivos, como o abuso de substâncias ou práticas sexuais de risco. Estes comportamentos refletem uma perda de inibição — um estado psicológico em que os indivíduos agem sem considerar as normas sociais ou as consequências pessoais. Tal perda pode afetar o comportamento, as emoções e a função motora. Por exemplo, o transtorno bipolar também pode provocar comportamentos impulsivos e desinibidos, sobretudo durante episódios maníacos, embora esses sintomas sejam tipicamente episódicos. A demência frontotemporal (DFT), por seu turno, é outra condição associada à desinibição, incluindo comportamentos sociais inadequados e hipersexualidade, embora seja mais comum em homens e tenda a manifestar-se mais tarde na vida.
Outras possibilidades — como a psicose pós-parto ou condições hormonais como o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) ou a menopausa — podem influenciar o comportamento, mas há pouca evidência que as ligue diretamente ao exibicionismo público ou à desinibição. Independentemente do diagnóstico preciso, a crise pública de Neth Nahara não é apenas uma questão individual; funciona como um espelho nacional. Muitos angolanos combatem, em silêncio, cicatrizes psicológicas. Em entrevistas, Neth insinuou traumas de infância no norte de Angola, incluindo exposição a violência e abuso sexual. Cresceu numa comunidade onde as restrições sociais se haviam desmoronado — uma sociedade em que os instintos básicos já não eram temperados por normas.
Este contexto ajuda a explicar como uma jovem mulher pode cometer um ato lascivo, transmiti-lo online e não sentir vergonha. À primeira vista, pode parecer mero exibicionismo, mas aponta para uma dissociação mais profunda da realidade — frequentemente agravada por álcool, que, segundo relatos, esteve envolvido no incidente de Benguela. A sua altercação a bordo de um voo em Cabinda oferece outro exemplo da sua dificuldade em gerir impulsos emocionais.
Este deveria ser um momento de reflexão, não apenas para Neth Nahara, mas para Angola no seu todo. A sua história não é singular. A saúde mental permanece subfinanciada e mal compreendida em todo o país. Talvez esta crise constitua uma oportunidade para a comunidade médica dar um passo em frente, oferecendo instrumentos de cura — não apenas para indivíduos, mas para a sociedade em geral.
Os problemas de saúde mental merecem um debate sério em Angola acerca do comportamento social aceitável. Na África do Sul, uma dançarina exótica chamada Zodwa Wabantu executa atos que normalmente se confinariam a clubes de strip. Quando tentou visitar a Zâmbia, as autoridades recusaram-lhe a entrada no aeroporto, alegando que a sua dança sugestiva poderia encorajar comportamentos que levassem à indecência pública — algo que consideraram inaceitável.
Da mesma forma, as personalidades públicas que se entregam ao exibicionismo transgridem limites sociais importantes. Quando alguém perde as inibições devido à intoxicação, o que pode perceber como entretenimento transforma-se, na realidade, num espetáculo perturbador — algo que ocorre apenas quando uma pessoa abandona por completo o autocontrolo normal.
Embora as preocupações de saúde mental mereçam atenção, devemos também considerar os padrões profissionais no entretenimento público. Nos últimos anos, alguns artistas ultrapassaram limites aceitáveis. Há alguns anos, uma controvérsia surgiu quando uma jovem artista em Luanda lançou um objecto sanitário cheio de sangue para uma audiência que o apreciou entusiasticamente — um acto que muitos consideraram inapropriado.
Entre os artistas, existe frequentemente a preocupação com a falta de profissionalismo. Se alguém pretende oferecer entretenimento para adultos, por mais moralmente questionável que seja, exige disciplina e execução adequada. O álcool e as drogas constituem perigos particulares nesta área. A dança para adultos requer arte e autocontrolo.
Um vídeo recente mostrou outra figura pública a actuar no palco completamente embriagada. A audiência capturou este incidente em telemóveis, divertindo-se com este alarmante espectáculo. Isto levanta questões sobre o nosso sistema de filtragem de talento genuíno face a indivíduos que possam estar a exteriorizar dificuldades pessoais num palco público.
Dito isto, a principal preocupação deve continuar a pwaxser o acesso a um suporte adequado de saúde mental.
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