Na quinta-feira, 27 de março, o presidente da República de Angola, João Lourenço, anunciou mudanças significativas no corpo diplomático do país. Dentre as alterações, destaca-se a nomeação de Pedro Mutindi como novo embaixador de Angola na Namíbia.
Trajetória de Pedro Mutindi
Pedro Mutindi, nascido em 30 de junho de 1954, possui uma longa trajetória política. Ele foi eleito deputado em 1980 e, no ano seguinte, assumiu a presidência da Assembleia Popular Provincial do Cunene. Em 1984, tornou-se deputado da Assembleia do Povo, e um ano depois, integrou o Comité Central do MPLA. Mutindi governou a província do Cunene de 1983 a 2008, período em que trabalhou ao lado de vários líderes regionais, incluindo o Dr. João Leonardo Sinedima. Entre 2008 e 2016, ocupou o cargo de ministro da Hotelaria e Turismo no governo de José Eduardo dos Santos. Em 2018, foi nomeado governador da província do Cuando Cubango.
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Escândalos de Corrupção
Contudo, a nomeação de Mutindi não está isenta de controvérsias. De acordo com o portal Maka Angola, ele esteve envolvido em escândalos de corrupção que levantaram sérias preocupações sobre sua idoneidade. Em julho de 2019, Mutindi enviou um ofício ao Ministério das Finanças, onde reafirmava a prestação de serviços por cinco empresas do Grupo Chicoil, destacando um programa de apoio às populações carenciadas.
As denúncias indicam que o governo provincial do Cuando Cubango adquiriu, de forma irregular, 152.800 caixas de pastas de arquivo e 147.500 caixas de papel, totalizando 884,41 milhões de kwanzas (aproximadamente 5,3 milhões de dólares), que deveriam ser distribuídos aos mais pobres. O valor total das transações com o Grupo Chicoil ultrapassa 35,5 bilhões de kwanzas (cerca de 214,2 milhões de dólares).
A Família Mutindi e a Corrupção
Os filhos de Pedro Mutindi também estão envolvidos em casos de corrupção. Odalya e Tyilenga Mutindi tornaram-se símbolos de práticas ilícitas no país. Odalya, acusada de desviar aproximadamente 900 milhões de kwanzas, fugiu de Angola após ser notificada pela Procuradoria Geral da República (PGR) em 2019, utilizando uma empresa-fantasma para obter contratos de construção no valor de mais de 600 milhões de kwanzas.
Tyilenga, o primogénito, também está sob investigação. Desde 2008, ele operou com a empresa Mutanga Service Lda, sem realizar concursos públicos, violando a Lei da Probidade Pública. Em 2014, ele forneceu 25 viaturas protocolares para o Ministério da Hotelaria e Turismo, mas apenas cinco chegaram ao destino, enquanto as outras 20 desapareceram misteriosamente. Apesar das investigações, até o momento, Tyilenga permanece impune.
A nomeação de Pedro Mutindi como embaixador na Namíbia levanta questões sobre a integridade do corpo diplomático angolano, especialmente à luz das alegações de corrupção que cercam sua carreira e a de seus filhos. A sociedade civil e os órgãos competentes aguardam uma resposta do governo sobre as medidas que serão tomadas para garantir a responsabilização dos envolvidos em práticas ilícitas.
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