EM 2030 53% DOS AFRICANOS PASSARÃO FOME



O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) alertou hoje que vai parar as operações de ajuda humanitária em Abril, por falta de financiamento, deixando mais de 50 milhões de pessoas em risco de fome no Verão.

O PAM, num comunicado citado pela agência espanhola de notícias, a EFE, afirma que “em Abril de 2025, os défices de financiamento vão obrigar o PAM a suspender a assistência alimentar e nutricional a dois milhões de pessoas afectadas pela crise, incluindo refugiados sudaneses no Chade, refugiados malianos na Mauritânia, deslocados internos e famílias vulneráveis afectadas pela insegurança alimentar no Burquina Faso, Mali, Níger e Nigéria”.

Esta agência das Nações Unidas afirmou que precisa urgentemente de 620 milhões de dólares, cerca de 570 milhões de euros, para garantir a continuação do apoio às pessoas afectadas pela crise no Sahel e na Nigéria durante os próximos seis meses.

“Antevemos que milhões de pessoas enfrentam níveis de emergência relativamente à fome no pico da temporada de seca, pelo que o mundo deve intensificar o apoio para evitar que esta situação resvale para fora de controlo”, acrescentou a directora regional do PAM para a África ocidental, Margot van der Velden, citada no comunicado.



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“A inacção terá graves consequências para a região e não só, já que a segurança alimentar é sinónima de segurança nacional”, acrescentou a responsável.

A última avaliação regional de segurança alimentar, feita em Dezembro do ano passado, mostra que a África ocidental está no meio de uma grave crise de segurança alimentar e nutricional, lembrou a PAM, sublinhando que se estima que quase 53 milhões de homens, mulheres e crianças vão enfrentar fome aguda entre Junho e Agosto deste ano.

A crise nesta região africana é motivada por conflitos, deslocamentos forçados de pessoas, crises económicas e graves perturbações climáticas, com inundações devastadoras em 2024 que afectaram mais de seis milhões de pessoas nesta região africana que inclui os lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau.

Uma em cada cinco pessoas passou fome em África em 2023, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

De acordo com o relatório da FAO, África é a região com a maior percentagem (20,4%) de população que passa fome, cuja estimativa, ultrapassa os 298 milhões de pessoas.

A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave em África foi de 58% em 2023, quase o dobro da média global, sendo que estes valores se mantiveram praticamente inalterados de 2022 para 2023.

O número de pessoas incapazes de pagar uma dieta saudável desceu abaixo dos níveis pré-pandémicos na Ásia, na América do Norte e na Europa, mas aumentou substancialmente em África, onde subiu para 924,8 milhões de pessoas em 2022, mais 24,6 milhões do que em 2021 e 73,4 milhões em comparação com 2019.

No entanto a Ásia, cuja percentagem de população que passa fome é de 8,1%, continua a ser o continente com mais pessoas a passar por esta realidade: 384,5 milhões de pessoas.

Segundo as previsões apresentadas pela FAO, em 2030 África passará a representar 53% das pessoas subnutridas no mundo, ultrapassando a Ásia. Estima-se que, nesse ano, 582 milhões de pessoas sofram de subnutrição crónica no mundo.

“A falta de melhorias na segurança alimentar e os progressos desiguais no acesso económico a regimes alimentares saudáveis ensombram a possibilidade de alcançar a Fome Zero no mundo, a cinco anos do prazo de 2030”, lamentou.

Segundo a FAO, é necessário acelerar a transformação dos sistemas agro-alimentares para reforçar a sua capacidade de resistência aos principais factores e combater as desigualdades, a fim de garantir que os regimes alimentares saudáveis sejam acessíveis e estejam disponíveis para todos.

“Em dois países de baixo rendimento – o Benim e o Uganda – a despesa pública com a segurança alimentar e a nutrição parece estar a aumentar. Em média, durante os períodos analisados, 65% do total da despesa pública em segurança alimentar e nutricional no Benim e 73% no Uganda foram dirigidos ao consumo de alimentos e ao estado de saúde; a parte restante destinou-se aos principais factores subjacentes aos recentes aumentos da fome, da insegurança alimentar e da malnutrição”, exemplificou.

A ajuda pública ao desenvolvimento e outros fluxos oficiais para a segurança alimentar e a nutrição, de 2017 a 2021, “cresceram esmagadoramente mais para África, em todas as regiões”, frisou.

Um estudo realizado em seis países da África Subsariana, citado pela FAO, mostra que se perderia a oportunidade de aumentar a produção agro-alimentar, de criar milhares de empregos fora das explorações agrícolas nas zonas rurais e de permitir que milhões de pessoas saiam da pobreza e tenham uma alimentação saudável, a menos que os governos destes países optimizem a forma como afectam o seu orçamento aos sectores da agricultura e da pecuária, concluiu a agência da ONU.

Folha 8 com Lusa


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