Das mais de duas mil pessoas convidadas para a cerimônia de tomada de posse de Daniel Chapo, Presidente eleito de Moçambique, apenas dois Presidentes confirmaram presença para o acto de amanhã, 15 de Janeiro, nomeadamente, da África do Sul e da Guiné-Bissau, Cyril Ramaphosa e Umaro Sissoco, respectivamente.
A verdade é que a grande maioria dos Chefes de Estado convidados não vão estar em Maputo, incluindo os de Portugal, de Angola, Cabo Verde, Brasil e São Tomé e Príncipe, países que Moçambique mantém fortes relações históricas, culturais e de sangue, sobretudo por força da língua portuguesa que os une.
Entretanto, a ausência de líderes africanos e mundiais constitui um facto inédito na história de Moçambique que sempre teve cerimônia de posse de peso em todas as investiduras dos seus antigos Presidentes.
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A não comparência de altas entidades, no acto que vai consagrar Daniel Chapo como o quinto Presidente de Moçambique, está a ser associado ao clima de tensão política que o país vive desde as eleições de Outubro último cuja oposição, com Venâncio Mondlane à testa, aponta como sendo fraudulentas, o que tem merecido uma série de contestações e manifestações que opõe as forças de defesa e a população.
Os protestos contra as eleições, que deram vitória ao candidato da FRELIMO, Daniel Chapo, já resultaram em mais de 300 mortos, 613 feridos e 4.220 detidos pelas autoridades, um cenário que está a colocar o país num contexto político apertado e as mais duras críticas da comunidade internacional, situação que terá contribuído para o afastamento de muitos líderes do acto de tomada de posse.
Todavia, o braço-de-ferro entre as autoridades e Venâncio Mondlane, este último que garantiu a continuidade das manifestações, sem tempo determinado, manchou a imagem de Moçambique que tem visto a sua economia a recuar, chegando mesmo ao ponto de o Governo não ter conseguido honrar com os seus compromissos, incluindo ao pagamento do décimo terceiro mês, fruto do encerramento de empresas e grandes superfícies comerciais por conta das manifestações que tomaram proporções alarmantes.
Apesar de as autoridades terem reforçado o policiamento nas principais avenidas da cidade de Maputo, incluindo na Praça da República, local em que vai ser organizado o acto de tomada de posse do novo Presidente, ainda assim, as ruas continuam a registar confrontos entre as forças de defesa e seguidores de Venâncio Mondlane que não se rendem aos disparos e detenções.
Para amanhã, a expectativa é de um dia bastante corrido e tenso para Moçambique que vai investir o sucessor de Filipe Nyusi num cenário de recuo democrático e de bastante incerteza porque, diante de muitas vidas perdidas, nem mesmo Daniel Chapo terá sono tranquilo depois de tomar posse.
Até lá!
Domingos Bento
= jornalista=
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