É uma avaliação puramente individual, ou seja, não comprometendo em nada a redacção do Jornal de Angola, por via do qual apontei aqui, há algumas semanas, o ministro Ricardo Viegas d´Abreu como sendo a figura do ano. Hoje, e na mesma senda, trago para aqui alguns eventos ou momentos que, do meu ponto de vista, marcaram 2024.
Solidariedade: o choro da Primeira-Dama Causou grande comoção nacional o momento em que a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, diante dos relatos que ouvira num evento público sobre as sevícias por que a passam algumas crianças violentadas em Angola. Ana Dias Lourenço, que se tem destacado pela sua atenção às meninas, prometeu fazer, ainda mais, em prol da causa, exercer influência e lutar para que a justiça seja feita. E o ano não poderia fechar da pior forma, com os relatos do envolvimento de um antigo seleccionador nacional de futebol, num acto escabroso de violência por violação a uma menor, por mais assustador que pareça, sua própria filha. Alguma coisa está a acontecer e é importante que os estudiosos, multidisciplinarmente, nos tragam explicações sobre as causas reais e soluções.
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Black Friday As grandes datas do comércio internacional começam a ganhar grande expressão no nosso seio e no calendário das nossas vidas. É assim, por exemplo, com o Black Friday, o que numa tradução literal para português significa “sexta-feira negra”. A data coincide com a última sexta-feira de Novembro, logo após o feriado de Acção de Graças nos Estados Unidos da América, dando assim início às compras de Natal. No entanto, a data é aproveitada pelas empresas para campanhas de promoções de vendas com descontos substanciais. Já há alguns anos que também em Angola é aproveitada e salta a vista o que resultou muito bem para a TAAG. Segundo dados, a companhia de bandeira investiu menos de duzentos mil dólares e teve receitas acima dos dois milhões de dólares, com recurso a todos os seus canais de venda, ou seja, lojas, call-center e website. Um recorde assinalável. Afinal há poupanças e algum poder de compra, cabe as empresas maior ousadia.
O evento do ano: visita do Presidente Joe Biden Joe Biden é, talvez, um dos políticos actuais com a carreira mais longa. São cerca de 51 anos, assumindo que em 1973 foi eleito congressista e desde então não mais parou, não obstante os vários tristes incidentes da sua vida pessoal. É, por isso, um exemplo de superação e de consistência. De perseverança também, uma vez que em 1988 já tentara disputar o cargo de Presidente dos Estados Unidos da América, numa altura em que o mundo era bipolar. Conseguiu o tão almejado cadeirão da Sala Oval em 2020 e se tornou no 46.º Presidente americano – sucedeu e vai ser sucedido por Donald Trump, mas o primeiro a pisar o nosso solo pátrio, fruto dum árduo trabalho da diplomacia angolana, combinada com uma agenda de interesses geo-estratégicos que giram à volta do Corredor do Lobito, para além da agenda das energias renováveis, segurança, e do próprio petróleo. Recupero, assim, o que escrevi em Outubro sobre a visita: “sem dúvidas, Angola continua a ser uma carta importante da agenda política internacional. Não só, porque corporiza em si uma grande atenção por causa mesmo do Corredor do Lobito, mas principalmente, porque o país pode exercer um papel mais significativo no continente, dependendo agora do nosso desdobramento em termos diplomáticos e da nossa capacidade de empreender processos e liderar dinâmicas”.
A frase do ano: O Presidente do Brasil, Lula da Silva, está a liderar uma “cruzada mundial” contra a fome, fenómeno, no seu entender, injustificável e revelador da falência das políticas públicas, quando não é provocado por estas mesmas. Lula da Silva interveio em vários fóruns para falar sobre o tema. Recordo que, também, já o fizera em Angola. Recentemente, no pré-lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, principal iniciativa da presidência brasileira do G-20, num evento no Rio de Janeiro, o Presidente do Brasil afirmara: “a fome não é uma coisa natural. Ela existe por decisão política. Por favor, olhem os pobres, porque eles são seres humanos, são gente e querem ter uma oportunidade”.
Last but not least: A “querela” conceptual sobre o papel do Tribunal Constitucional e do Tribunal Supremo trouxe uma cortina de fumo, nem sempre favorável à reputação do Sistema Judicial, tendo como substrato o caso de José Filomeno dos Santos. Pelos vistos, o indulto presidencial é um martelo para a resolução definitiva da questão.
A legalização do partido político PRA-JÁ levanta uma série de questionamentos sobre os desdobramentos da nossa política interna, a começar pelo futuro da Frente Patriótica Únida, para além do seu posicionamento em próximas eleições.
Mesmo para terminar, o Tribunal Constitucional, contrariando a providência cautelar de António Venâncio, deu luz verde à realização do 8.º Congresso Extraordinário do MPLA, formação política no poder, em que o partido da situação deitou-se no divã para uma retrospectiva dos 50 anos de Angola independente, para além dalguns ajustamentos estruturais internos nos estatutos e na orgânica.
Jornal de Angola
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