Indianos e portugueses estão a maltratar angolanos na fabrica de bebidas "ANJANI"



Cidadãos angolanos que trabalham na fábrica de bebida "ANJANI", que produz a marca de gasosa "Zipp" e a água mineral de "Orion", situada junto à estrada direita da Funda, no município de Cacuaco, acusam os responsáveis da referida unidade fabril, de nacionalidades indiana e portuguesa, de estarem a maltratar os nacionais.

De acordo com os denunciantes que procuraram o Na Mira do Crime e preferiram não revelar as suas identidades por temer represálias, a direcção da empresa não dá condições mínimas aos trabalhadores, há excesso de carga horária de trabalho, baixos salários, e os responsáveis furtam-se a inscrever os trabalhadores no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

"Cá na empresa não temos refeitório para todos os trabalhadores, temos um para os estrangeiros e alguns funcionários da direcção com condições aceitáveis, ao passo que, para nós angolanos, recebemos um subsídio de 5 mil kwanzas mensal, que serve para comermos bolinho ou pão com uma Kissángua na rua", revelaram.


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Os entrevistados acrescentaram que, por vezes, os alimentos comprados na rua, durante o almoço, provoca doença, e isto condiciona directamente o trabalho na empresa, porque ficam vários dias em casa adoentados.

"Continuamos com os salários magros de 50 mil kwanzas, com um trabalho bastante esforçado e sem descanso, quando os portugueses e indianos ganham salários de 15 a 22 milhões de Kwanzas mensal, com direito a casa luxuosa, um carro top de gama, direito a segurança social, guara pessoal, motorista e todas às regalias domésticas", descobriram.

Os trabalhadores explicaram que no interior do referido estabelecimento, existe um posto médico, mas nem 10% dos trabalhadores são tratados naquele espaço.

"Quando um funcionário se dirige ao referido centro hospitalar, dificilmente é atendido porque eles alegam que nós não contribuímos para o desenvolvimento da empresa", lamentaram.

Contam que actualmente estão a ser montados robôs em diversos sectores da fábrica, e que os responsáveis dizem que, com a entrada destes, pretendem reduzir a mão-de-obra angolana.

O Na Mira do Crime soube junto dos trabalhadores que a empresa ANJANI já foi várias vezes inspeccionada pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), bem como outras instituições fiscalizadoras, mas, nada trouxe de novo para os trabalhadores.

"Nós os trabalhadores desta empresa, temos verificados a entrada e saída de muitas entidades policiais e da administração municipal de Cacuaco e não só, isto ocorre semanalmente, e quando questionamos em alguns colegas da direcção, dizem-nos que estas entidades têm um convénio com a direcção da empresa", observaram.

A equipa de reportagem do Na Mira do Crime deslocou-se até a empresa ANJANI e contactou a direcção da mesma, a fim de ouvir a versão da mesma, tendo sido recebido pelo Advogado da referida Fabrica, Jacob Sanganjo.

O causídico, sem muitos detalhes, afirmou apenas que, do que foi denunciado pelos trabalhadores, nada condiz c verdade, uma vez que a empresa garante cond suficientes para todos seus funcionários.

Na Mira do Crime

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