Prostituição em Alta em Luanda: A Crise que Leva Menores a Vender o Corpo por 500 Kwanza ou Uma Lata de Carninha



A realidade nas ruas de Luanda se torna cada vez mais alarmante, com um aumento preocupante na prostituição, especialmente entre menores de idade. O Lil Pasta News realizou uma investigação nos bairros mais afetados, revelando uma situação de miséria e desespero que leva muitas famílias a recorrer à venda do corpo como única forma de garantir a alimentação.


Nos arredores do Km 9B, em Viana, próximo ao Instituto Superior Técnico de Angola (Ista), a cena é desoladora. Aqui, adolescentes e mães de família se entregam a relações sexuais por preços irrisórios: em troca de uma lata de carninha, atum ou um pacote de macarrão, elas se veem obrigadas a sacrificar sua dignidade. Entre os relatos obtidos, alguns jovens, que preferiram se manter anônimos, mencionaram que a crise econômica os força a buscar relacionamentos com mulheres que, em circunstâncias normais, estariam fora de seu alcance.



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“Na região de Viana, o máximo que se paga por uma adolescente é 500 kwanzas. Se for uma mulher mais velha, já cheguei a pagar apenas 200 kwanzas”, contou um dos jovens, evidenciando a desvalorização do corpo feminino diante da pobreza extrema que assola a região.


Os chamados "Mamadus", donos de pequenos comércios, são frequentemente os compradores dessas relações, perpetuando um ciclo de exploração e vulnerabilidade. A venda do corpo se torna, assim, uma forma de sobrevivência em um contexto onde as oportunidades de emprego são escassas e a assistência do governo é praticamente inexistente.


As condições de vida nos bairros de Luanda são alarmantes. Muitas famílias enfrentam a fome diariamente, e a prostituição aparece como uma solução trágica e desesperada. “Não temos outra opção. É isso ou passar fome”, desabafou uma mãe de família, visivelmente abatida. O desamparo social e a falta de políticas efetivas de suporte às comunidades mais vulneráveis contribuem para a perpetuação desse ciclo de miséria.


Enquanto isso, a resposta do governo angolano à crise é praticamente nula. A ausência de iniciativas que visem a proteção social e a promoção de alternativas de subsistência deixa essas mulheres e crianças expostas a situações de risco, vulnerabilidade e exploração.


A prostituição em Luanda não é apenas uma questão de moralidade, mas um sintoma de uma crise social profunda. Sem intervenção e suporte adequados, a situação tende a se agravar, e mais vidas continuarão a ser tragicamente afetadas pela pobreza e pela falta de oportunidades. A sociedade civil e as autoridades precisam urgentemente se mobilizar para enfrentar essa realidade e buscar soluções que garantam dignidade e direitos para todos.


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