Já estava magrinho e repetiu várias vezes: "Awilo, estou a perder quilos todos os dias."
Já se tinha passado umas poucas dezenas de anos desde que nos tínhamos cruzado pela última vez em terras de Ngola Kiluanje Kiassamba, Joana Maluca, dona Maria das Escrevinha e outros. Ali mesmo em frente à casa laranja na Avenida da Abrigada, não muito longe da casa onde morava o mais velho Mateus Pelé, na altura decorria o ano 1972/73.
Nessa altura, ele estava acompanhado da miúda Gugu, uma baixinha bem boa, que trabalhava na fábrica de bolachas Villares, colega e muito amiga da miúda Minguita. Minguita era a minha namorada na altura, ambos na flor da nossa meninice, até que a ironia do destino nos marcou caminhos diferentes e nunca mais nos vimos.
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Mal fiquei sabendo que ele fazia parte, como vocalista, do grupo Banda 70, que atuaria na cidade capital da Alemanha, Berlim, no Afrikafestival Hertme. Não perdi mais tempo, acionei os meus canais e radares para saber em primeira mão onde eles iriam estar hospedados, para lhe surpreender com um forte, leal, fraterno e grande abraço do tamanho do nosso saudoso bairro Sambizanga.
Assim que cheguei ao hotel, a surpresa tinha ultrapassado as minhas expectativas. Pois afinal, já conhecia toda aquela malta que fazia parte da banda musical, onde fazia parte um ex-cunhado e também grande amigo de algumas andanças. O Carlos Morgado tinha aproveitado a ocasião para me reservar a recepção com a oferta de um CD com uma coleção de clipes que retratam a sua carreira.
Tinha dado para matar saudades, recordar certas cenas do nosso tempo de garotos no Sambila, Marçal, Zangado e outros bairros de Luanda. Nos recordamos também das nossas garotas do antigamente, das que já não viviam e das que ainda estão bem vivinhas da Silva, como se costumava dizer naquele tempo.
Mas o seu aspecto físico me despertou muita atenção, e fiquei com a sensação de que ele mesmo já sabia que tinha os dias contados para ainda estar vivo. Não me tinha dito que padecia, mas mal me disse repetidas vezes que perdia quilos todos os dias, estávamos conversados.
Continuarei sobre este nosso reencontro. Depois de muitos anos, ainda tenho muito para escrever.
— Fernando Vumby
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