A criação da nova província do Moxico Leste gerou grandes expectativas, especialmente entre os filhos da terra. Durante reuniões realizadas em Viana, Luanda, na casa da sobrinha da Rainha Nya Katolo, era notório o entusiasmo dos naturais do Moxico, sobretudo dos Luvale, que viam na divisão territorial uma oportunidade de protagonismo e crescimento para a região. Mas a realidade revelou-se outra: promessas vazias, escolhas questionáveis e uma gestão que parece destinada ao fracasso.
O município do Alto Zambeze, agora sede da nova província, é um lugar marcado por tensões tribais entre o povo Luvale e o povo Lunda. Historicamente, esses conflitos têm raízes profundas, alimentadas por questões políticas e culturais. Os Luvale, tradicionalmente alinhados ao MPLA, e os Lunda, identificados com a UNITA, vivem em constante antagonismo, com brigas que já se tornaram habituais. Neste contexto volátil, esperava-se que a nomeação do governador fosse feita com sensibilidade e compromisso com a resolução de problemas locais. Porém, o João Lourenço ignorou a complexidade da região, optando por um jovem inexperiente e incompetente do MPLA para liderar uma província que carece de praticamente tudo.
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A nova divisão política e administrativa de Angola, que inclui a criação do Moxico Leste, é vista por muitos como mais uma manobra de João Lourenço para justificar alterações constitucionais que beneficiam o regime. Assim como as mudanças nos estatutos do MPLA foram feitas para acomodar novas dinâmicas de poder, a divisão territorial parece ser motivada por caprichos políticos, em vez de um verdadeiro interesse pelo desenvolvimento regional.
O Programa de Intervenção Integral nos Municípios (PIIM), lançado com pompa e circunstância no Kazombo em 2018, é o exemplo mais claro de promessas não cumpridas. Anunciado como a solução para os problemas de infraestrutura e serviços básicos, o PIIM deixou o Kazombo inóspito, sem melhorias visíveis. A história parece se repetir agora com a criação do Moxico Leste, uma província que, tal como o Cubango, está destinada a ser uma das mais pobres de Angola por muitos anos.
Nas reuniões em Viana, os naturais do Moxico tinham uma expectativa legítima: que a nova província fosse liderada por quadros locais, conhecedores da cultura e das necessidades da região. No entanto, o que se viu foi a nomeação de um “Mu kwakiza”, alguém de fora, sem conexão com a terra ou competência comprovada para o cargo. A pergunta que ecoa entre os filhos do Moxico é simples: com tantos quadros qualificados na região, por que escolheram alguém que não entende os desafios locais?
A desilusão é palpável. As comunidades que esperavam prosperidade e inclusão política agora veem suas esperanças desfeitas. As tensões tribais, que já eram um problema, podem agravar-se ainda mais diante da ausência de uma liderança capaz de promover a reconciliação e o desenvolvimento.
A criação do Moxico Leste é mais um capítulo de uma política nacional centralizadora e desastrosa, que ignora as realidades locais e perpetua o atraso em regiões periféricas. Nessas circunstâncias, a alternância política é não apenas necessária, mas urgente. A UNITA e a Frente Patriótica Unida (FPU) representam a esperança de uma Angola diferente, onde as autarquias locais possam finalmente ser institucionalizadas, permitindo que as comunidades tenham voz e poder real sobre o seu destino.
Enquanto isso, o Moxico Leste segue como uma metáfora da Angola atual: promessas não cumpridas, líderes inaptos e uma população à espera de dias melhores. A pergunta que fica é: até quando?
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