Em Moçambique, a tensão e a resistência popular diante do que foi visto como uma fraude eleitoral recente deixaram claro que o povo busca uma virada histórica, recusando-se a aceitar imposições de poder. A data de 9 de outubro se tornou um marco, não apenas para o povo moçambicano, mas para africanos de diversas nações que sentem nas suas realidades um reflexo dessa luta. Venâncio Mondlane, líder oposicionista, despontou como símbolo de resistência, reivindicado pelas ruas e aclamado como o verdadeiro vencedor de uma eleição que, para muitos, não reflete a vontade popular. A repressão policial, que já fez dezenas de vítimas, não desanimou a população, que insiste na luta, revelando uma resiliência que se espalha como um grito de esperança e de liberdade.
E esse clamor por mudanças não encontra barreiras geográficas. Na diáspora moçambicana, manifestações tomaram as ruas de capitais europeias e latino-americanas, mobilizando também angolanos, que trazem suas próprias insatisfações. É impossível ignorar as semelhanças entre a situação de Moçambique e a de Angola, onde o MPLA, no poder desde 1975, observa com inquietação as chamas de insatisfação política e social que se acendem ao lado. Para os angolanos, as imagens dos protestos em Moçambique lembram a própria sede de mudança, a necessidade de uma nova liderança que represente genuinamente o povo, e essa reflexão pode ser o combustível para um levante igualmente transformador.
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Por isso, o MPLA parece ter iniciado uma campanha estratégica nas redes sociais para tentar conter o impacto dessa onda de manifestações. Vídeos e mensagens são compartilhados com o objectivo de desencorajar os jovens angolanos a se mobilizarem, numa tentativa de abafar qualquer possível contágio. Mas a juventude angolana, informada e atenta, mantém um olhar firme sobre Moçambique, percebendo que há livções valiosas nesse movimento. Afinal, a ligação entre os dois países vai além dos laços históricos: a FRELIMO e o MPLA, partidos que historicamente se aproximaram por um mesmo projeto de poder, enfrentam agora a resistência de povos que querem democracia verdadeira e justiça social.
E na contra-maré dessa “irmandade de poder”, uma nova fraternidade política emerge. A UNITA, em Angola, alinha-se ideologicamente à RENAMO, MDM, CAD e PODEMOS, formando uma aliança tácita de forças que se opõem ao controle centralizado e autoritário dos países lusófonos da África. Assim como o líder angolano Adalberto Costa Júnior é visto como uma voz de esperança, Venâncio Mondlane emerge como um símbolo de luta, criando um elo que transcende fronteiras e inspira aqueles que querem ver suas nações livres de tiranias modernas.
Enquanto o povo moçambicano continua nas ruas e na diáspora, sua coragem reforça o sentimento angolano de que outra realidade é possível.
Por Hitler Samussuku
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