Este foi eliminado em Moçambique pela secreta angolana. A autópsia, como sempre, foi "mafiada", criando uma versão ilusória que deixou o assunto arrumado?
Às vezes, me recordo dele e das circunstâncias em que a secreta angolana o eliminou em pleno hotel. Ele foi seduzido por uma bófia treinada para uma missão que consideravam sagrada.
Naquele momento, o déspota angolano estava em viagem ao país, e a secreta acreditava que ele havia sido enviado pela ala JES para fazer mal ao regime.
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É a isso que geralmente chamo de vidas enguiçadas, onde os mortos nem são reclamados por familiares, amigos ou conhecidos. Mesmo aqueles que têm a possibilidade de contrariar a versão oficial sobre a morte de seus entes queridos preferem se calar.
Todos optam por "enfiar a cauda entre as pernas", temendo sempre o mesmo argumento que já se tornou um hino nacional: "Para evitar problemas com o regime e não correr o risco de ser o próximo."
Imagino o quão horrível deve ser viver em um país onde até estar vivo ou morto depende de quem governa, mal e porcamente, um amontoado de gente. É uma sociedade quase completamente resignada, sujeita aos caprichos e à ganância desmedida de um poder não legitimado.
Só de imaginar isso, sinto meu corpo arrepiar e meu coração arder.
E como não é para qualquer um suportar o que vocês têm aguentado em quase meio século de gestão criminosa do país.
Podem acreditar que já houve momentos em que quase vos considerei verdadeiros heróis, mesmo diante da covardia coletiva generalizada.
Texto da autoria de Fernando Vumby
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