SINSE rende homenagem a Quintino Moreira



O Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) prestou homenagem ao antigo deputado e ex-líder fundador da Aliança Patriótica, Quintino Moreira, que faleceu no passado dia 1 em Luanda, em decorrência de problemas de saúde.

Quintino Moreira destacou-se como um dos líderes políticos da oposição, reconhecido pela sua habilidade em criar partidos e coligações. Antes de José Eduardo dos Santos deixar o poder, circulou a informação de que teria sido promovido ao grau de brigadeiro, o que lhe permitiria usufruir de uma pensão da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA). Essa promoção foi atribuída à estima que a governança de JES nutria por ele, especialmente pela sua postura de oposição, tendo apoiado o regime na aprovação da constituição atípica e em outros diplomas legais. 


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Nos círculos próximos a Moreira, afirmava-se que sua promoção ao grau militar de brigadeiro se baseava na sua passagem pelas extintas Tropas de Guarda Fronteiras de Angola (TGFA), unidade cujos membros posteriormente se integraram na segurança do Estado e na Polícia Nacional. Contudo, não há informações concretas de que Moreira tenha feito parte do grupo que seguiu para essas instituições. A homenagem prestada pelo SINSE, e não pela Polícia Nacional, sugere que ele pode ter transitado para a segurança de Estado.


No início de 2022, Moreira fez questão de esclarecer esses equívocos, enfatizando que não era militar, mas "filho de antigos combatentes e veteranos da Pátria". Ele também negou ter sido promovido a brigadeiro na reforma, embora nunca tenha desmentido a sua passagem pelas TGFA.


Durante os seus 54 anos de vida, Quintino Moreira liderou a coligação Nova Democracia União Eleitoral, que foi extinta após as eleições de 2012 devido à insuficiência de votos. Anos depois, segundo os seus adversários, o regime teria lhe oferecido "um partido político com as cores da bandeira da UNITA e símbolos da extinta Frente Para Democracia, de Filomeno Vieira Lopes", para que o mesmo regressasse á política activa.


A sua biografia oficial revela que foi professor na escola de II e III níveis no final da década de 1980. Em 1990, tornou-se chefe de setor interno do departamento de serviços gerais na fábrica de bicicletas e motorizadas Fabimor; em 1992, ocupou o cargo de chefe de setor do contencioso laboral da mesma fábrica; e entre 1995 e 1997, foi chefe do departamento administrativo da empresa construtora Econstrul em Luanda. Posteriormente, dedicou-se à política, formou-se em Direito e empreendeu em diversos negócios, inicialmente na importação de veículos.

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