Um contrato de distribuição de insumos agrícolas, celebrado entre o Ministério da Agricultura e a empresa Marsiris Comércio Geral, Prestação de Serviços e Indústria, ligada a importantes figuras do aparelho do Estado, está gerando insatisfação entre empresários do setor.
A ausência de um concurso público para a contratação da empresa tem sido um ponto de controvérsia, levantando críticas sobre a qualidade do serviço prestado e o volume de recursos públicos destinados.
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Empresários ouvidos por este portal questionam a falta de oportunidades e a transparência no processo de seleção, alegando que as decisões para o crescimento agrícola são tomadas em gabinetes em Luanda, sem considerar as necessidades reais do interior do país. Fontes indicam que a empresa Marsiris, que tem a cabeça Sónia Borges Dias de Morais Lyun, se beneficia de relações promíscuas no governo central, recebendo mais fundos do que empresas que contribuem efetivamente para o setor agrícola e para garantir a segurança alimentar dos angolanos.
A Marsiris, pouco conhecida e com escassa informação disponível na internet sobre sua atividade, é apontada como grande beneficiária dos recursos públicos sem passar por concurso público.
Empresários locais criticam o uso de empresas intermediárias para a compra dos insumos e apelam por concursos públicos abertos e competitivos.
Uma fonte bem familiarizada com o setor afirmou que o negócio envolvendo a Marisiris e outra empresa de “marimbondos”, é “potencialmente lesivo para o Estado” e precisa ser devidamente apreciado pelas entidades competentes. A falta de fiscalização do Tribunal de Contas nestas negociatas tem sido amplamente criticada.
A comunidade empresarial espera que medidas sejam tomadas para garantir mais transparência e justiça na distribuição de recursos e oportunidades no setor agrícola. A ligação do funcionário número um da Casa Civil da Presidência da República com a Marsiris aumenta as suspeitas de tráfico de influência. Entre os sócios da Marsiris estão também empresários chineses, e a empresa enfrenta denúncias de ter recebido gratuitamente do Estado grandes extensões de terras em Malange para cultivo de arroz, exportando maior parte da colheita para o Congo e a China (matéria a ser abordada noutras edições).
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