Corrente interna do MPLA avalia candidaturas de Higino e “Nandó”



A União das Tendências do MPLA, uma corrente que luta há mais de 15 anos pela democratização do partido no poder e pelos valores defendidos por cofundadores, divulgou uma comunicação anunciando que, “face à situação econômica e política do país”, enviaram, há algumas semanas, uma carta ao gabinete da Vice-Presidente Luzia Damião apresentando as suas posições.

Os seus mentores entendem que “seriam incompreendidos se, diante desta situação, não viessem a público manifestar o nosso ponto de vista e dizer publicamente que não estamos satisfeitos com todo este cenário que, nas últimas semanas, tem-se verificado face à luta interna no MPLA e às divergências no seio do MPLA”.


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Ouvido pelo Club-K, Salvador Correia, engenheiro de telecomunicações que milita há mais de 50 anos no MPLA e destacado membro desta corrente, manifesta cautela ao avaliar o posicionamento de dois generais do partido (Fernando da Piedade Dias dos Santos e Higino Lopes Carneiro) em relação às próximas eleições internas (entenda-se congresso ordinário de 2026).

Segundo ele, a UT-MPLA "está a tentar perceber bem as intenções de cada um" e ainda não conseguiu estabelecer um diálogo direto com os dois generais. No entanto, a corrente avalia positivamente o posicionamento deles no contexto dos objetivos do povo angolano.


A UT-MPLA ressalta que, apesar da avaliação positiva, não fará pronunciamentos públicos sobre o assunto até que tenha conhecimento dos "objetivos estratégicos" que motivaram o posicionamento dos generais em avançar com as suas candidaturas. A corrente interna espera que os generais façam parte da "linha dura" do partido, que se opõe ao "MPLA Amplo Movimento", do qual a UT-MPLA faz parte.

 

A UT-MPLA teve visibilidade ainda durante a liderança de José Eduardo dos Santos, em que se destacaram como os pioneiros na defesa de um congresso democrático e de múltiplas candidaturas. Na altura, JES acusou-os de agirem na sombra, o que os levou a sair a público revelando que correspondiam com a direção do partido de forma fechada, sem exposições na mídia. Chegaram a fazer depois comunicações mantendo a sua posição apoiada nos estatutos do MPLA que defendem o surgimento de correntes de opinião. Dos Santos, por sua vez, nunca os molestou.

“Há algum tempo, fizemos chegar à direção do partido reivindicações e, até a data, não temos qualquer feedback. O último documento é pessoal e da autoria do coordenador adjunto da UT, que é o camarada Luís Fernando, e que deu entrada no gabinete da Vice-Presidente do MPLA há já mais de 60 dias”, diz Salvador Correia.

De acordo com o político, “perante esta situação, o comunicado à nação foi elaborado com base no relatório do reverendo Francisco da Silva, de 8 de maio de 1963, porque achamos que os elementos nele contidos têm legitimidade atual, pois estão relacionados com aquilo que chamamos de correção de Angola, que está na sua terceira parte”.

A correção de Angola, segundo o engenheiro Salvador Correia, não consta no programa maior do MPLA: “Pensamos que é aqui que devemos prestar a nossa atenção”.


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