O escritor José Eduardo Agualusa considerou que a visita de Joe Biden a Angola, entretanto adiada, é uma "tentativa dos Estados Unidos de ocuparem o lugar da China", referindo que Luanda "pode ganhar" se souber negociar com os dois países.
"Os Estados Unidos perceberam a importância crescente da China em Angola e é uma tentativa de se chegarem à frente, se adiantarem no sentido de ocupar esse lugar que a China tem vindo a ocupar", declarou Agualusa, em entrevista à Lusa, em Maputo.
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O presidente dos Estados Unidos da América (EUA) tinha agendada uma visita a Angola, anteriormente prevista para 13 a 15 de outubro, adiada devido aos impactos dos furacões que afetaram várias regiões norte-americanas e que foi reagendada agora para a primeira semana de dezembro.
O escritor angolano não antevê uma disputa Estados Unidos-China em Angola, defendendo que o país precisa de saber "gerir interesse" dos dois países.
"Se Angola souber gerir estes interesses pode sair a ganhar, porque pode aproveitar o melhor da China e o melhor dos Estados Unidos (...) Pode tentar gerir esses interesses, o facto de a China estar interessada, dos Estados Unidos estarem interessados, de a Europa estar interessada", afirmou.
"Pode aproveitar se fizer uma boa gestão e inteligente, pode aproveitar esse interesse para desenvolver o país e não apenas para, como tem sido feito até agora, entregar os recursos ao estrangeiro", acrescentou.
Face às expectativas para a receção de Biden, os líderes da oposição angolana consideraram que o presidente dos EUA deve defender a pluralidade enquanto valor democrático na sua visita a Angola encontrando-se com representantes da sociedade civil e não apenas do Governo.
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