A JMPLA prepara-se para testar, em Novembro, a sua condição "natural" de viveiro do partido ou confirmar as suspeitas partilhadas pela maioria da população, segundo a qual a organização transformou-se numa associação promotora da incompetência, compadrio e de sem vergonhice. É que a JMPLA, que deveria funcionar como uma especie de barômetro e recomendar a direcção do partido para acções mais assertivas, com medidas dirigidas a juventude, atendendo que é o nicho detentor do estatuto de maior segmento da população, mais não faz se não apostar no supérfluo. O desleixo é tão evidente que se a actual direção liderada pelo deputado Crispiniano dos Santos decidir enfrentar o Kudurista K2, numa eleição para coordenador do bairro Paraíso em Cacuaco, o homem da Jota seria varrido sem apelo nem agravo. Toda essa situação degradante força-nos a questionar o legado de antigos membros da JMPLA como José Eduardo dos Santos, Angela Bragança, Bornito de Sousa e Mario Pinto.
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Consciente da "gandaia" a que a organização está voltada, a Comissão Preparatória do IX Congresso da JMPLA optou por abrir candidaturas para todos interessados a concorrerem para o cargo de Primeiro Secretário, bastando, para o efeito, ser militante da organização. À bem da verdade, a disputa será entre dois candidatos: Justino Capapinha e Tito Cambanje (caso não haja impedimentos burocráticos).
Capapinha Júnior é o candidato indicado pelo Secretário cessante. Portanto, tem uma larga vantagem sobre o seu adversário directo. Para "acicatar" ainda mais a sua vantagem, o jovem conta com o apoio do actual Secretário-Geral do partido, Paulo Pombolo, que tem em Capapinha Júnior um filho, em face das excelentes relações que tem com Capapinha pai ( não poderia ser o contrário). Não há nada de mal. Entretanto, a apreciação pública do pré-candidato é condicionada por falta de indicadores que facilitem a avaliação no espaço público: Não se sabe quem é, o que pensa e qual o seu histórico.
Ora, sem os elementos que podem ser úteis na análise próxima do concreto, resta-nos a especulação com os riscos que dela advêm . A premissa mais importante em Marketing é: “Quem não comunica, não exite!” Por isso, Capapinha terá de se reinventar para ser tido e achado. Quanto a Tito Cambanje tem a vantagem de ir a jogo por si mesmo. Fez o seu percurso no espaço público. Tem argumentos aceitáveis. E apesar do episódio lamentável de confronto fisíco, está em muito melhor posição de disputar o eleitorado com o representante da Juventude na UNITA. Espera-se, por isso, um bom Congresso da Jota, preferencialmente sem batota. E à direcção do partido é exigida uma postura diferente da que teve no Congresso que consagrou Crispiniano dos Santos. É evidente que não se faz um apelo à "trapaça". Contudo, é bom recordar os fundamentos da democracia. Demos(povo)+Cracia(poder)= Poder do Povo. Ocorre que o povo sempre votará entre os previamente escolhidos(Robert Dahl). Portanto seria bom que o resultado do XV Congresso, evitasse o espectáculo lastimável a que a JMPLA foi submetida nos últimos anos.
Na verdade, o que de melhor poderia acontecer ao Secretáriado da JMPLA que vai emergir logo depois do IX Congresso, seria o enquadramento de quadros capazes, não só no domínio técnico, mas sobretudo, com aptidão contextual e dose redobrada de sensatez. É preciso que junto ao novo líder estejam indivíduos capazes frenar a impetuosidade, vaidade e derivados. José Matuta, Deodato Francisco, Ectiandro da Cunha e Jessica Romero são nomes que deveriam constar de qualquer uma das listas.
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