O estado de aparente abandono em que se encontra o busto de António Agostinho Neto, em Kaxicane, sua terra natal, (vide a capa do Novo Jornal) deveria fazer corar de vergonha os políticos, deputados, governantes e militantes do MPLA que, por ocasião das festividades do 17 de Setembro, têm enaltecido, até à náusea, à figura do Presidente do MPLA que conduziu o país à independência nacional.
Há um enorme contraste entre a enorme propaganda que se faz em torno do primeiro Presidente de Angola e o que se observa no terreno, a terra onde ele nasceu, que foi entregue à sua sorte, praticamente esquecida.
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O homem, que é descrito pelo partido governante como herói nacional, como se fosse o único, merecia outro tratamento. É injusto, senão mesmo ofensivo e imoral, ver o seu busto rodeado de capim alto, num espaço onde, provavelmente, coabitam répteis.
A administração de Catete que recebe verbas do erário, não tem capacidade para assegurar a limpeza do local?
A mesma pergunta serve para a Fundação Agostinho Neto e a sua congénere Sagrada Esperança, que gozam do estatuto de organizações de utilidade pública, mas que não conseguem manter aquele espaço decente, arejável e convidativo, quanto mais não fosse para preservar a memória do homem que mais projectou o nome da localidade de Kaxicane no mundo.
Já agora, esta duas organizações, à semelhança das demais que recebem dinheiros dos contribuintes, prestam contas da sua gestão? Publicam os seus relatórios e contas no Jornal de Angola, como manda a legislação afim?
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