Angola é descrito pelos angolanos e pelas Organizações Internacionais, notadamente, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA) como sendo um país sem futuro e sem esperança. Em causa está a má governação do actual regime que assume publicamente uma política contrária aos problemas dos cidadãos resultando em modo de vida precário, desemprego galopante, falta de oportunidades na educação, dificuldades no acesso à saúde, justiça e alto custo de vida.
Entrementes, segundo os dados divulgados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), uma instituição portuguesa à semelhança do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), de Angola, responsável pelo controlo da saída, trânsito e entrada de cidadãos de um país para outro, aponta que até 2022, fruto dos resultados eleitorais fraudulentados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) em conluio com o Tribunal Constitucional (TC), muitos angolanos viram suas esperanças "frustradas" em virtude de o regime angolano assumir novamente os destinos do país. Se antes das eleições mais de 31 mil cidadãos nacionais haviam fugido do modo de vida rudimentar e selvagem padronizado em Angola, agora radicados em Portugal, segundo dados do SEF, actualmente fala- se em mais de 40 mil cidadãos estão radicados em Portugal, fogem de Angola porque o país não oferece mais nada para uma população maioritariamente jovem, e como sabem, os jovens têm sonhos, ambições e quando vêem um país sem perspectivas de mudança e progresso, fogem para um lugar onde podem realizar seus sonhos.
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Factores de pressão e atração
O país está sem rumo, sem esperança e sem futuro, esta é a nossa realidade e contra os factos não se pode argumentar mais nada. Todos os dias cidadãos estão a fugir de Angola (elegemos o termo fugir porque é efectivamente isso que acontece) para se fixarem na Europa e América. Os factores de pressão são aqueles que fazem com que os angolanos fogem do país, nomeadamente, a pobreza extrema, falta de oportunidades de emprego, alto custo de vida, falta de assistência médica e medicamentosa com qualidade e humanismo, péssima qualidade educacional, paralisação total do país no tempo e no espaço, portanto, não há nada digno que possa atrair um jovem intelectual e cheio de sonhos a um país que nega tudo à juventude até o direito de pensar e expressar- se livremente. Aliado a isso, seguem- se às perseguições políticas aos cidadãos que pensam contrário ao poder político vigente, fundamentalmente activistas, a exemplo disso temos os activistas Tanaice Neutro, Gildo das Ruas e outros que tornaram- se presos políticos em razão de serem titulares de posicionamentos contrários de quem governa, e por sinal são jovens, com ideias e visões para galvanizar o país, estão presos e condenados a mando poder político angolano. Que motivação terão outros jovens para permanecerem em Angola, se quem pensa livremente e fora da caixa de ressonância do sistema é combatido sem tréguas?! Claramente que os jovens ao verem este estado de coisas são convidados e forçados a emigrar. Outros exemplos de jovens que prefieriram manter- se distante do poder político angolano em virtude da forma ditatorial com que conduzem os destinos da nação, são os activistas Tįmőteo Miranda , Samussuku Kaluvale , Mbonzo Lima , só para citar estes, sem esquecer os grande pensadores patriotas de reconhecido mérito Luzia Moniz , Graça Campos e tantos outros.Lembrar que Luzia Moniz, por exemplo, foi banida de um banquete entre angolanos radicados em Portugal por supostamente ser titular de um posicionamento contrário ao regime angolano. Pessoalmente, também pondero nos próximos anos fugir de Angola, por entender que a minha juventude está sendo preterida sistematicamente por conta da desgovernação do bando vermelho.
Factores de atração
Os factores de atração são aqueles que fazem com que as pessoas se fixem num determinado país ou cidade. Portugal, França, EUA, Inglaterra e Brasil, são apontados como os principais pontos de chegada de angolanos fugitivos da má governação angolana; estes países são eleitos por angolanos como sendo aqueles que dispõem de salários mais elevados aos seus trabalhadores, melhores condições de vida e mais oportunidades até para quem quiser enveredar para a política. Caso para se dizer que estamos mal. Em breve deixaremos todos este país para o neo- colono angolano ( MPLA) desfrutar à vontade e sozinhos toda a riqueza de Angola porque só eles merecem ter uma vida melhor e o pacato cidadão pode continuar a morrer à fome, morrer por má prestação de cuidados médicos e medicantosos, perseguições políticas e cerceamento constante contra os direitos, liberdades e garantias fundamentais consagrados constitucionalmente, por escolherem não ser do partido Estado Securitário, porque este é o único salário seu com um valor manifestamente elevado.
PS.: O CENSO 2024, é um dos vários indicadores que revela o quanto Angola deixou de ser país há muito.
Por: Hélder Mwana África ( Político angolano e defensor pelos direitos humanos)
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