Regime angolano processa General Numa por Ultraje aos símbolos do Estado



O antigo Chefe do Estado Maior Adjunto das FAA, General Abílio Kamalata Numa, anunciou que será ouvido amanhã, 13 de agosto, às 09h30, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como arguido num processo relacionado ao crime de ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, conforme previsto no artigo 333.º do Código Penal angolano.

Numa nota enviada hoje ao Club-K, o general Kamalata Numa expressou sd suas preocupações sobre o que descreveu como um uso político da justiça, referindo-se ao fato de que "muitos presos políticos" já se encontram detidos sob a mesma acusação. O general criticou fortemente o governo do Presidente João Lourenço, a quem atribui a responsabilidade pela sua situação legal e a de outros opositores.


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Kamalata Numa que fez a sua carreira militar na guerrilha da UNITA, ressaltou que Angola é definida pela sua Constituição como um Estado Democrático de Direito, mas acusou o governo de violar princípios fundamentais como a separação de poderes, a participação cidadã e a proteção dos direitos humanos. Ele acusou o governo de usar de violência e repressão contra seus críticos, referindo-se a um "Sr. ordem superior", supostamente aludindo ao Presidente Lourenço, como o responsável por essas violações.

"Estamos prontos a ser os próximos condenados pelos usurpadores do poder político, corruptos, criminosos que matam cidadãos angolanos", afirmou Kamalata Numa, que também convocou os angolanos a se prepararem para uma "batalha de sobrevivência" em defesa da democracia e dos direitos fundamentais no país.

O general finalizou a sua nota afirmando que o atual governo está "fragilizado e no fim", encorajando a população a continuar lutando com todos os meios que a Constituição permite.


A expectativa é de que o comparecimento de Kamalata Numa à PGR seja acompanhado de perto, tanto por seus apoiadores quanto por observadores políticos, dado o histórico de tensões entre o governo e as figuras de oposição em Angola.

Club-K

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