O INCHAÇO DA MAQUINA ESTATAL: A NOVA SUPOSTA DIVISÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DE ANGOLA



MPLA, num movimento estratégico, decide reformular sua estrutura territorial, criando três novas províncias. Com essa mudança, um extenso elenco de cargos e infraestruturas surge como necessidade aparente. A matemática é simples, mas os questionamentos são profundos. Serão necessários 162 novos administradores municipais, 324 administradores adjuntos, três governadores, nove vice-governadores, e a lista continua. Serão milhares de novos funcionários públicos, milhares de veículos, milhares de residências. Mas será que realmente precisamos disso tudo?


Para compreender o impacto dessa nova divisão, é preciso primeiro entender o que está em jogo. O governo justifica a expansão como um meio de melhorar a governança local, aproximar os serviços públicos da população e promover o desenvolvimento regional. Na teoria, soa como um avanço, mas na prática, o cenário pode se mostrar mais nebuloso.



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A criação de novas províncias implica em um custo gigantesco para os cofres públicos. Só em salários, veículos e residências, a conta não será pequena. Em um país onde a população ainda enfrenta desafios básicos como o acesso à saúde, educação e saneamento, a expansão da máquina estatal pode parecer um luxo desnecessário. A questão que muitos se fazem é se o país pode arcar com esse custo, e se os benefícios prometidos realmente compensarão os sacrifícios.


Além disso, há a questão da eficiência. A burocracia em Angola já é considerada uma das mais pesadas da África, e a criação de mais cargos pode apenas piorar o cenário. Será que os novos administradores e secretários, por mais capacitados que sejam, conseguirão trazer mudanças reais? Ou serão apenas mais engrenagens em uma máquina já emperrada?


E quanto à corrupção? A proliferação de novos cargos pode ser vista como uma oportunidade para o fortalecimento de redes de influência e patronagem, em vez de um esforço genuíno de descentralização. O histórico do país não é animador nesse aspecto, e a população tem motivos para temer que as novas províncias se tornem novos centros de poder à serviço dos interesses de poucos, em detrimento dos muitos.


Por fim, o ponto crucial: há necessidade para isso? Será que Angola, neste momento, precisa mais de novos governadores e secretários, ou de mais escolas, hospitais e estradas? A nova divisão administrativa trará avanços palpáveis para o cidadão comum, ou será apenas mais uma camada de governo que distancia ainda mais os líderes do povo?


Essas são questões que devem ser debatidas com seriedade e transparência. O futuro de Angola depende de decisões sábias e equilibradas, que priorizem o bem-estar da população acima de interesses políticos ou econômicos de curto prazo. O que está em jogo é mais do que números em uma lista de cargos. É o destino de um país.


Hitler Samussuku

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