São constantes as reclamações da população no Moxico relativamente à escassez de serviços de comboios (CFB) disponíveis diariamente para a locomoção de pessoas e bens fundamentalmente nas rotas Luena - Kuito e vice - versa. O Caminho- de- Ferro de Benguela ( adiante CFB) decidiu unilateralmente e sem quaisquer razões aparentes reduzir consideravelmente o número de carruagens para os passageiros de Luena com destino à Kuito -Huambo, com excepção do comboio Express ( entendido para muitos como o de elite) cujo número de serviços e carruagens mantém- se inalterado. Entretanto, para o comboio designado como do "povo" a situação é atentatória à vida e a dignidade humana na medida em que constitui perigo e/ou ameaça grave à vida e a dignidade humana. Para se ter uma ideia, atualmente, o CFB disponibiliza apenas três (3) carruagens para transportação de pessoas e bens diversos, não faz a manutenção dos comboios – apresentam mau aspecto no interior, não fazem limpeza tanto nas cadeiras dos passageiros, não cuidam das WC's, não tratam da electricidade e é nauseabundo; como consequência desta desorganização institucional ( não obstante os valores exorbitantes que a empresa arrecada por dia, semana e mês) muitos passageiros têm desmaiado no interior do comboio ( como atestam as imagens em anexo) e na pior das hipóteses, morrido.
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Destarte, enquanto defensor de direitos humanos e dos interesses legítimos dos cidadãos nesta circunscrição territorial, exorto às autoridades locais com destaque ao Governo Provincial do Moxico no sentido de resolverem esta situação com alguma urgência que se impõe, pois não é assimilável que no âmbito da prossecução do interesse público cidadãos estejam a morrer por virtude de más condições de serviços prestados pelo CFB, uma empresa pública (EP) sustentada com fundos públicos, sob um olhar silencioso das aludidas autoridades; é chegado o momento de se pôr termo a esta hecatombe social; já não se pode consentir que situações do gênero venham a tirar vidas humanas. Há uma gestão danosa e irresponsável por parte da actual Direcção do CFB, é fundamental que se cobre responsabilides e se chame à razão os seus representantes; o povo do Moxico em particular, e de Angola em geral, merecem melhores serviços, se pagam ao Estado, o Estado deve criar condições para o povo; e o Governo do Moxico tem competências e atribuições para isso. Desejamos num futuro próximo dias melhores para os angolanos. Não é humano manter - se indiferente a esta situação. Novas condições impõem-se como forma de preservar o sumo bem que são vidas humanas, porque elas importam muito.
Hélder Mwana África
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