LÍDER PÔS A CORDA NA GARGANTA- JORGE EURICO



  O tráfico de influência é crime. Ele consiste em solicitar, aceitar ou receber vantagens indevidas para influenciar decisões de entidades públicas ou de agentes do Estado. O presidente do MPLA admitiu pública e abertamente que há tráfico de influência no seio do partido que dirige. João Lourenço fez este reconhecimento durante o “Encontro Nacional com os Primeiros Secretários dos Comités de Acção do Partido” ocorrido no Centro Cultural de Belas (CCB) em Luanda. Pôs sal na ferida dos seus pares da direção e a corda na sua garganta. 


  Adiante. Foi um discurso de camarada para camaradas. Foi curto incisivo e realista. Assertivo. Deixou as bases ébrias de alegria. Infundiu esperança a todos aqueles que - de sol a sol, de camisas suadas, encardidas e sapatos canoas e estômago vazio - mantêm a chama acesa lá onde os cidadãos mais desfavorecidos murmuram contra o Governo sustentado pelo MPLA.


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   João Lourenço deplorou o facto de nas ocasiões em que se precisa de preencher vagas nas direcções do Partido nos mais diversos escalões até ao Comité Central, muitos destes camaradas são preteridos a favor de outros que, com jogos de influência, amparados por alguns que já são membros da Direcção, acabam por conseguir de forma desmerecida as vagas por preencher. Nem mais! 


   A base rejubilou de alegria. Para gáudio da mesma, João Lourenço deixou um “bônus-track” incentivando a denúncia de casos de tráfico de influência e apelou a maior lisura, honestidade e justiça nos processos de renovação de mandatos em todos os escalões da hierarquia do Partido. 


   Por outras palavras: Há corrupção no partido. A direcção executiva do partido tem, agora, o pescoço na guilhotina. Está dado o aviso. João Lourenço não disse inverdade nenhuma em relação ao tráfico de influência existente no partido quando se trata da renovação de mandatos ou preechimentos de cargos vagos.


   Há militantes que são política e intelectualmente incapazes no Comitê Central ou no Bureau Político. Há militantes muito política e intelectualmente capazes que mofam há anos na base por não terem “padrinho” ou “madrinha” na “cozinha” (entenda-se direcção) do partido. 


   Sem dizer que às vezes os militantes veem-se se na contingência de optar por caminhos ínvios para chegarem ao Comité Central ou ao Bureau Político. Há empresários ou presidentes de Conselhos de Administração de empresas públicas que pagam “imposto revolucionário” (dinheiro) para serem alçados para os órgãos de direcção do partido. Os “favores sexuais” também servem como moeda de troca. Tudo vale quando não se tem influência na direcção do partido. Isso é público. De Cabinda ao Cunene, do Porto do Lobito ao saliente de Cazombo. O mais importante, agora, é resolver os problemas dos militantes de base. 


   João Lourenço falou da necessidade de promover jovens para a direcção do partido e nas instituições do aparelho do Estado. Aqui chegados, alto, para o baile! Vamos com calma. Estou plenamente de acordo que se promovam jovens. Nada contra. Oponho-me à promoção de jovens medíocres. Mal formados política, moral e civicamente. Intolerantes e arrogantes. Vamos com calma. É preciso ter muito cuidado na seleção de jovens para dirigir os destinos do Estado angolano. Não ponha uma Ferrari nas mãos de quem obteve licença (carta) de condução política há pouco tempo. Se isso acontecer, corre-se o risco de espatifarmos o País. Toda cautela é pouca. Todo caldo de galinha é útil.

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