Funcionários do Banco de Fomento Angola (BFA) estão a manifestar a sua insatisfação face às condições de trabalho e aos salários praticados pela instituição, descrevendo a situação como "inadmissível" para uma entidade que se mantém há anos como líder em lucros no setor bancário angolano.
Segundo as denúncias, que vieram à tona após reclamações internas, os colaboradores enfrentam um ambiente de trabalho marcado por condições precárias, com remunerações muito aquém das praticadas por bancos concorrentes, como o Banco Angolano de Investimentos (BAI), Standard Bank e Banco Internacional de Crédito (BIC). "Enquanto nos dedicamos a atingir os objetivos e manter o BFA no topo, os benefícios parecem estar reservados para uma minoria", lamenta um funcionário que preferiu não ser identificado.
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As críticas estendem-se à gestão do banco, com acusações de promessas não cumpridas em relação a aumentos salariais e uma cultura corporativa baseada em ameaças e intimidações. Os funcionários também apontam para a ausência de melhorias significativas, mesmo após a nomeação do novo Presidente do Conselho Executivo (PCE), o primeiro angolano a ocupar o cargo, que, segundo os colaboradores, não trouxe as mudanças esperadas.
Outro ponto de grande descontentamento é a disparidade salarial entre o BFA e os seus principais concorrentes. De acordo com os relatos, o salário de um funcionário do BFA pode ser até metade do que é oferecido por outras instituições bancárias de igual porte, o que gera uma profunda frustração entre os colaboradores. "Não é justo que um banco com a nossa dimensão e lucros robustos trate os seus funcionários desta forma", afirmou uma fonte interna.
A questão do racismo também foi mencionada, com funcionários a denunciarem que a hierarquia dentro do banco reflete práticas discriminatórias, evidentes na falta de representatividade nos cargos de chefia.
Apesar de, no final do ano passado, os trabalhadores terem finalmente obtido um seguro de saúde — uma conquista após anos de reivindicações —, o sentimento geral é de que ainda há muito a ser feito para melhorar o ambiente de trabalho e assegurar uma remuneração justa para todos os colaboradores.
Até ao momento, a administração do BFA não se pronunciou sobre as reclamações dos funcionários. Contudo, a crescente insatisfação entre os trabalhadores pode sinalizar a necessidade de uma revisão urgente das políticas de gestão de pessoas e de remuneração na instituição.
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