Quem conhece bem o MPLA já pode prever qual será o fim do novo governador do Huambo. Ele foi nomeado por quem não tem legitimidade popular

Uma Radiografia ao Novo Governador do Huambo (I)

Está sendo muito bem falado e aplaudido; alguns até mesmo já lhe tiram o chapéu. Se isso é justo ou não, pouco importa nesta crônica. Ignoram completamente que, no MPLA, há nomeações ou indicações para certos cargos que, às vezes, não passam de uma espécie de armadilha moderna, enquanto se juntam os pregos para o caixão do nomeado ou se prepara a cova.

Ele transmite a sensação de que tentará ser honesto, não arrogante e comunicativo, para marcar a diferença. No entanto, essas virtudes não se compadecem com a filosofia de vida do partido no poder, que tende mais para a desonestidade, a falta de transparência e atos maliciosos.

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Ele não conhece o MPLA como eu conheço, em toda a sua profundidade e seus truques criminosos que foram refinados ao longo dos anos. Este senhor, Pereira Alfredo, conforme me falaram dele, já me faz recordar o jovem Rescova, que foi claramente eliminado porque queria ser diferente e conseguiu, em alguns casos.

O Rescova fazia obras de vulto com pouco dinheiro, e isso lhe custou a vida, pois o normal é criar brechas que possibilitem desvios, como tem sido até agora. Assim como fez em Luanda, ao tentar replicar no Uíge, ele se tornou uma cortina de ferro para alguns, que já esfregavam as mãos de contente com planos para roubalheiras. E assim foi o jovem, que viu sua família quase toda arrasada.

Fernando Vumby

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