Jornalista da Rádio Despertar resgatado após tentativa de sequestro por homens armados

 


O jornalista da Rádio Despertar, Agostinho Kayola sofreu na noite deste domingo, 14, uma tentativa de assassinato, após ter sido sequestrado por dois homens armados, às 20h00, no bairro Dangereux, município do Talatona, em Luanda, duas horas depois de ter saído da estação radiofônica, depois do programa “Tarde de Domingo”.


Os homens munidos de armas de fogo, não identificados até ao momento, que se presumem ser meliantes, surpreenderam o profissional na zona do Dangereux, onde foi imobilizado dentro da sua viatura e levado para uma área inóspita.

No testemunho citado pelo portal O Decreto, Agostinho Kayola contou que, após ser abordado dentro da sua viatura, os supostos meliantes solicitaram todos os seus documentos pessoais, conferiram a identidade com as suas redes sociais e começaram a discutir qual seria o proceder a seguir durante cerca de 15 minutos.



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Os homens do “alheio”, segundo o jornalista, “cortaram um dos cintos de segurança e com ele amarraram-me e o forçaram a ficar de costas embaixo do banco de trás do carro com uma pistola equipada com um silenciador apontada para a sua nuca”, contou.

Ainda traumatizado, Kayola descreveu que, enquanto os meliantes discutiam e giravam por mais de 1h00, com o mesmo amarrado em locais incertos para decidir sobre o que poderia ser depois disso, um dos seus algozes terá dito que “vamos só já lhe matar porque ele já viu os nossos rostos”, enquanto o outro atenuava e pedia para esperar por um momento oportuno.

“Quando chegaram a um local muito escuro na zona do Golfe 2, onde quase não havia pessoas, faziam várias ligações e perguntas pessoais para decidir então qual seria o final”, disse.

O jornalista, que disse ter visto a morte por um fio, relata que, os dois supostos marginais, chegaram à conclusão momentos depois que o deveriam executar, porém, precisavam que fosse num sítio que não deixariam mais rastros na hora de se desfazer do corpo.

“Quando tentavam ligar a viatura e ir para outro sítio, o carro felizmente não pegava. Insistiam, mas o carro terá bloqueado e por alguma razão de desconhecimento dos meliantes sobre a viatura elétrica não conseguiram”, disse, acrescentando que “foi assim, que, aborrecidos abandonaram a viatura tendo-me orientado a não fazer qualquer tipo de movimento sob pena de regressarem e executarem-me ali mesmo”.


Segundo uma descrição feita por Romão de Jesus, irmão da vítima, “os meliantes levaram apenas o seu telefone, documentos pessoais e os da viatura não estando interessados em qualquer quantia monetária”.

“Finalmente, com algum esforço, Kayola conseguiu gritar por socorro de quem estava próximo e foi socorrido por dois jovens que o acompanharam até à esquadra mais próxima”, salientou o irmão, que ao mesmo tempo “atribui graças a Deus” pelo livramento do Agostinho Kayola, das mãos de malfeitores.

O jornalista apresentou nesta segunda-feira, 15, uma participação criminal à Esquadra da Polícia Nacional (PN) do Golfe 2, no município do Kilamba-Kiaxi, em Luanda.

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