Candidatura de “Nandó” animada na rede TikTok



Está a avolumar-se nas redes sociais uma campanha aparentemente involuntária de encorajamento a uma eventual candidatura de Fernando Dias dos Santos “Nandó” como próximo líder do MPLA, em substituição de João Manuel Gonçalves Lourenço.

Na rede social TikTok, foi aberta uma página por iniciativa de um cidadão, Domingos Gaspar Capiri, na qual estão a ser partilhados, desde a semana passada, vídeos antigos da época em que “Nandó” estava no governo. Os vídeos, além de antigos, são na sua maioria arquivos em que este último presidente do parlamento angolano defende melhorias nas condições de vida dos cidadãos. O entusiasta das publicações adiciona depoimentos de desconhecidos argumentando que “em Angola, o homem que tem o perfil para ser o candidato a Presidente da República é o Nandó”.



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Foi também partilhado um vídeo em que “Nandó” apresenta a sua visão sobre “as atitudes arbitrárias de alguns elementos da política”, uma afirmação que sugere que, com ele na Presidência da República, a Polícia Nacional deixará de tirar a vida dos cidadãos e que ele se revela mais sensível às questões de direitos humanos. Um dado comparativo à governação de João Lourenço, que tem sido criticada pela oposição pelo facto de a polícia ter executado mais de 200 cidadãos, e de estar frequentemente citada nos relatórios das ONGs sobre os direitos humanos de forma negativa.

Apesar de nunca ter se pronunciado publicamente sobre a sua posição quanto ao futuro do MPLA, cresce cada vez mais os apelos em torno de “Nandó” para que se apresente como salvador do partido no poder. A campanha em torno dele parece ser, na sua maioria, de grupos inorgânicos do interior do MPLA.


De acordo com apurações, “Nandó” conta internamente com o apoio de mais de metade dos deputados da Assembleia Nacional, antigos governadores provinciais, e outros que frequentemente lhe batem à porta de casa para conversas. Quanto ao generalato, estes aparentam estar divididos entre uma candidatura de “Nandó” e a de outro pré-candidato, Higino Lopes Carneiro.


A nível da oposição política, “Nandó” também goza de popularidade. Ainda na época da presidência de Eduardo dos Santos, vários parlamentares da UNITA enalteciam as suas qualidades de moderação, em comparação ao então seu vice-presidente João Lourenço, a quem desapreciavam. Reclamavam que, quando “Nandó” se ausentava por algum período, Lourenço passava a interinar, e a sua liderança era marcada pela dureza.

Apesar de não votaram no congresso, “Nandó” é dado como podendo vir a merecer atenção de antigos membros dos órgãos de segurança, com destaque para aqueles que com ele partilharam vivências profissionais na época do MINSE, do Ministério do Interior.


A sua afirmação no regime surgiu no período eleitoral de 1992, quando tinha o controlo dos órgãos de inteligência e da Polícia Nacional, e se constituiu como o foco da estabilidade no país, enfrentando a UNITA após os confrontos pós-eleitorais.

Desde então, foi promovido do cargo de comandante geral da Polícia Nacional até Primeiro-Ministro e vice-presidente de Angola. Estava automaticamente colocado na linha de sucessão para substituir José Eduardo dos Santos no poder.

Fernando Dias dos Santos foi nomeado vice-presidente em 2010, após a aprovação da nova Constituição, e ocupou o cargo até 2012. Nesse período, ele poderia ter assumido a presidência se José Eduardo dos Santos tivesse deixado o poder por algum motivo.

No entanto, isso não aconteceu, e Fernando Dias dos Santos voltou a ser presidente da Assembleia Nacional em 2012, após as eleições legislativas que deram a vitória ao MPLA. Nessa ocasião, José Eduardo dos Santos indicou Manuel Vicente, ex-presidente da Sonangol, para ser seu vice-presidente. Muitos viram nessa escolha uma tentativa de preparar Vicente para ser seu sucessor no futuro.

Mas, em 2017, José Eduardo dos Santos surpreendeu ao anunciar que não se candidataria à reeleição e que apoiaria João Lourenço, então ministro da Defesa, como cabeça de lista do MPLA. Lourenço venceu as eleições e tornou-se presidente, enquanto Vicente foi descartado. Fernando Dias dos Santos manteve-se como presidente da Assembleia Nacional até 2022, quando foi substituído por Carolina Cerqueira.

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