A LEI DO RETORNO É UM FACTO



No livro de Mateus 7:12, encontramos o seguinte: “Tudo o que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles”. 

 Esse mandamento, embora no mesmo sentido, é diferente do ditado popular, “não faças ao outro o que não gostarias que te fizessem”.  Qual é a diferença? É que um é positivo, portanto apela a construção de uma relação, FAÇA ao outro o que gostaria que te fizessem, e o outro encoraja a não fazer ao outro o que não gostaria que te fizessem. Está claro que a regra é fazer o bem e não fazer o mal, porque se fizermos o bem dificilmente haverá espaço para   evitarmos fazer o mal, segundo os princípios cristãos, contrariando, de certa forma,  o Velho Testamento,  na lei mosaica, mais concretamente em Êxodos 21: 12, que apelava a punição igual a do seu infractor, uma espécie da Lei do Talião. 

Ora,  Regra de Ouro também pode ser entendida de forma contrária: “Não façam aos outros o que não querem que eles façam a vocês”. Ao nos colocarmos no lugar da outra pessoa a partir do amor próprio, saberemos como não gostamos de ser tratados, do que não gostamos que façam a nós, então não façamos a outros. Essa regra está intrinsicamente ligada a lei de retorno. Por exemplo, na física, a lei do retorno está directamente associada a lei da gravidade e da acção e reacção. O que sobe, desce, e, tudo o que vai, volta, desde o campo microscópico até o macroscópico. No nosso dia a dia nas relações humanas, vivenciamos todos estes fenómenos naturais, em contexto psicológico e social. 



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Toda esta conversa  para obrigar o caro leitor a recuar no tempo e fixar-se, por instantes, ao contexto de 1996. Vivia-se em Angola um momento particularmente sensível. O País estava mergulhado numa guerra fratricida. Irmãos da mesma pátria com projectos diferentes de administração da vida colectiva, não se entendiam politicamente. A UNITA estava em crescendo no teatro das operações militares. O Presidente da República, Eng. José Eduardo dos Santos, resolveu exonerar o então  Primeiro-Ministro, Dr. Marcolino Moco. Para o espanto da maioria, no mesmo dia foi promovida uma passeata com cantos insultuosos de cariz tribal, celebrando o afastamento de um homem proveniente do sul de Angola. 

Volvidos mais de vinte anos, e agora num contexto de paz, voltamos a ouvir cantos de alegria e celebração pela exoneração  de um alto dirigente do governo, só que desta vez o apupado e vaiado, foi exactamente o responsável pela passeata contra o antigo Primeiro-Ministro. Aliás, essa terá sido a segunda vez que se testemunha um entusiasmo popular pelo afastamento do dito dirigente. Estávamos em 2008. Pavilhão da Cidadela Desportiva. Decorria a sessão de entrega de medalhas do vencedor do afrobasket 2008. José Eduardo dos Santos desceu para entrega da taça a selecção masculina de basketball. Na ocasião foi vivamente aplaudido. Por sua vez, Job Capapinha, a altura dos factos governador de Luanda (provavelmente  premiado pelo desempenho enquanto líder do Movimento Espontâneo), foi ruidosamente apupado publicamente o que levou o Presidente a exonerá-lo no dia seguinte.  

Alega-se que Job Capapinha, a altura Presidente do Movimento Espontâneo, teria sido a principal figura da manifestação/passeata com o fundamento tribal e de propaganda contra Marcolino Moco. O tempo passou e eis que vinte anos depois, de forma espontânea, a população do Kuanza Sul celebrou com manifestação/passeata a exoneração de Job Capapinha que teve como fundamento a má governação. Ficam as lições:

1. A regra de ouro: trate os outros como gostarias de ser tratado;

2. A lei do retorno é um facto.

Entretanto, o Presidente da República nomeou nesta Segunda-feira, dia 15 de Julho, alguns quadros para o cargo de governador. As nomeações indicam,  ao meu ver, a preocupação de criação de  cadeia de valores, quando analisamos o histórico, carreira e o perfil dos nomeados. Percebe-se que há uma vontade política de promover quadros para atender projectos concretos e não apenas  nomeações para acomodação política. Julgo que estimular a cooperação, contribuição e colaboração  entre os diferentes sectores será sempre mais benéfico do que a competição gratuita entre alas. O partido precisa dos seus melhores quadros, assim como Angola anseia pela contribuição dos seus filhos, todos sem excepção são necessários, entretanto, cada um no sua área. A luta continua……………


Por: Rui Kandove


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