No dia 12 de junho, a embaixada da Rússia em Angola celebrou o Dia Nacional da Rússia de uma forma inédita: com a presença de deputados da UNITA. Para o embaixador russo, Vladimir Tararov, este evento representou "um sinal de uma verdadeira reconciliação nacional". A participação da UNITA, a maior força de oposição em Angola, é emblemática dos ventos de mudança que sopram pelo país e pelo mundo.
Durante a Guerra Fria, as alianças eram bem definidas e as linhas de conflito nítidas. A União Soviética, precursora da atual Rússia, foi um fervoroso apoiador do
MPLA, que lutava pelo controle do país. Do outro lado do campo de batalha, a UNITA recebia apoio dos Estados Unidos e da África do Sul. Esta divisão alimentou uma guerra civil que assolou Angola por quase três décadas, deixando um rastro de destruição e desconfiança.
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No entanto, o cenário político e social evoluiu consideravelmente desde o fim da Guerra Fria. A UNITA, que outrora era vista como uma força rebelde, agora se apresenta como uma oposição construtiva, pronta para colaborar e coexistir com os seus adversários . "Novos ventos sopram pelo mundo", afirmou Arlete Chimbinda, vice-presidente da UNITA e segunda-vice-presidente da Assembleia Nacional, reconhecendo que a convivência pacífica entre antigos adversários é não só possível, mas desejável.
Esta reconciliação simboliza um passo significativo na política angolana e nas relações internacionais. A Rússia, através do seu embaixador, expressou a aceitação da nova realidade política de Angola, reafirmando a necessidade de dialogar com todas as forças políticas. "Temos de contactar com cada força, a UNITA transformou-se muito, é uma UNITA com outra visão que se chama de oposição construtiva", destacou Vladimir Tararov.
A presença da UNITA nas celebrações russas é uma prova de que o passado, por mais turbulento que tenha sido, não precisa ditar o futuro. Ao contrário, a história compartilhada pode servir como base para uma cooperação frutífera e uma convivência pacífica. Angola, um país que já foi marcado pela divisão e conflito, agora se posiciona como um exemplo de reconciliação e progresso.
A celebração do Dia Nacional da Rússia, com a presença de ambos os lados, é mais do que um evento diplomático; é um símbolo poderoso de que a paz e a unidade são possíveis, mesmo após décadas de conflito.
Que este momento inspire outras nações e grupos a buscar a reconciliação e a paz, lembrando que, como disse Arlete Chimbinda, "a convivência entre os que lutaram ontem, desavindos, afinal é possível". Assim, Angola segue em frente, não esquecendo o passado, mas transformando-o em alicerce para um futuro harmonioso.
Por Hitler Samussuku
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