Faz hoje, 04 de Junho, quatro anos desde que o jornalista António Ferreira, o grande Aleluia, nos deixou, num hospital de Lisboa, por doença, tinha acabado de fazer 60 anos em Abril. Na altura, ele era o director de publicidade das Edições Novembro, mas estava sempre metido a escrever, seja para o Jornal de Angola, como para o Jornal dos Desportos, do qual foi o principal mentor, ao lado do Victor Silva, sendo que eu também estive na fundação desse hebdomadário, há 30 anos, como um dos seus editores, modéstia à parte.
O A. Ferreira (era assim como ele assinava) entrou para o jornalismo em finais dos anos 70, enquanto fazia o INEF, que lhe teria dado valências para se tornar árbitro de andebol, bem batoteiro, como dizem alguns amigos na brincadeira. Conhecíamo-nos, porque moradores do mesmo bairro, mas não nos passávamos cartão. Quando, em Setembro ou Outubro de 1987, voltei ao Jornal de Angola, já como jornalista, depois de lá ter passado entre 1979 e 1981 como revisor de página, foi ele quem me recebeu na secção desportiva, da qual era o chefe executivo. Fui tão bem acolhido, que um mês depois tive logo a minha primeira viagem ao estrangeiro, o que seria impossível se ele fosse má pessoa.
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O Aleluia é seguramente um dos maiores jornalistas desportivos angolanos de todos os tempos, sendo responsável pelo surgimento de muitos miúdos que hoje estão a dar ou já deram carga, como o Honorato Carlos Silva, o Pedro Augusto, o Fernando Cunha, o Guimarães Silva, o António Félix, a Josefa e «tantos outros». Além do Jornal dos Desportos, ele foi também fundador da AIDA, associação de que seria igualmente o principal animador, ao lado do Arlindo Macedo.
Para mim, o Didelas, nome pelo qual eu o tratava em exclusivo, era o gajo mais fixe do mundo. Bonacheirão, dificilmente estava zangado. Meu compadre duplo (padrinho de baptismo e de casamento católico da minha filha Cambumbu), era o indivíduo de mão mais larga que conheci. Um dia desses, acordo lá para as tantas e lá estava ele a dar um show diante da casa da minha sogra, que também era dele dum coro, como namorado duma das irmãs da sócia-gerente, a Titina, com quem fez uma filha, a Tucha, mais conhecida agora por Jacobina. Era o mangas a distribuir cumbu. Só sei que acabei por ir campar com dois mil dólares. Porra, nunca tinha visto igual. Nem o Kangamba encostava.
Nesses quatro anos que já estamos sem ele, sinto muito a sua ausência, em especial quando estou aflito em termos de finanças. O camarada nunca me deixava ficar mal.
Tem dia que fico zangado com Deus através de isso: leva os bons e deixa os demónios chegarem a velhos.
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