QUANDO A MENTIRA TEM AS PERNAS CURTAS- Ilídio Manuel

 


Com quantos dentes tem na boca, o ministro das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's) mentiu quando, nesta sexta-feira, disse que os hospitais do país têm beneficiado do satélite AngoSat, por via da TELEMEDICINA.


As declarações de Mário Oliveira foram feitas no âmbito da ANGOTIC, que decorre em Luanda, e numa altura em que muitos utilizadores das redes sociais questionam sobre a utilidade desse satélite. 



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Para começo de conversa, a Internet em Angola, além de ser uma das mais caras da região da SADC, senão mesma a mais onerosa, é de baixa qualidade, algo que se traduz na falta de rede ou de quebras constantes do sinal.


Não são apenas as pessoas singulares que se queixam do mau serviço, como também pessoas colectivas, com destaque para os bancos. 


O Executivo tem anunciado, com bastante ruído, os investimentos feitos no sector das telecomunicações, que se traduziram na compra de satélites milionários e cabos de fibra óptica, dentre outros equipamentos, mas os serviços prestados têm sido bastante questionáveis. 


A cada dia que passa, os protestos aumentam contra o mau serviço prestado pela UNITEL, a maior operadora de rede móvel do país, ao ponto de vários utilizadores recordarem com nostalgia o tempo em que a mesma era gerida por Isabel dos Santos. 


O mesmo se passa com os serviços de internet, com registos de quebras do sinal.


Se, por um lado, o Executivo diz que está preocupado com o incremento da digitalização entre os angolanos, por outro, não deixa de ser contraditório que um número considerável de pontos gratuitos da internet gratuita não esteja em funcionamento.  


Mais do que um serviço eficiente de internet, a telemedicina implica outros factores como, por exemplo, a existência de meios de diagnóstico nos hospitais de cuidados primários, secundários ou centros de saúde da periferia, nomeadamente RX, TAC, RMN, e laboratórios funcionais. 


A título de exemplo: como pode um médico diferenciado (especialista), que se encontra de serviço no hospital de Benguela, observar, orientar um médico ou enfermeiro que, na Ganda, esteja diante de um doente que tenha fracturado uma perna, se este não dispõe de um aparelho raio X ou RMN? 


Quem conhece a triste realidade dos nossos hospitais, sobretudo os de periferia, onde falta tudo ou quase tudo, a começar pelas luvas e seringas, só pode concluir que as afirmações do ministro das TIC´s estão longe de corresponder à verdade, além de cínicas. 


Ainda que não frequente os nossos “hospitais da morte”, Mário Oliveira deveria saber que telemedicina não se restringe apenas à internet, é muito mais do que isso…


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