Prostituição de Luxo em Luanda



O artigo tem por base um inquérito a 10 personalidades mais ou menos conhecidas das redes sociais e de hotéis. As pessoas em questão são todas o do sexo feminino, entre 25 e os 49 anos de idade, de nacionalidade angolana, tanto nascidas no país ou fora, mas por via de um dos progenitores nacionais, são naturalmente angolanas.

Todas vivem na província de Luanda em condomínios ou apartamentos considerados de luxo. Com certeza que por via do compromisso de confidencialidade, as dez personalidades são anónimas, pretendendo durante o texto que não hajam descrições e factos que relacionem directa e indirectamente as pessoas em questão.

O propósito deste artigo é poder trazer uma nota diferente do que se pensa e fala nas redes sociais, na rua, no café, nas empresas sobre pessoas que se passeiam nas redes sociais, nomeadamente, no Instagram, em grandes carros, festas, roupas, acessórios, viagens, companheiros ricos materialmente. Todas frequentam ginásios caros, roupas caras, sapatos e sandálias de salto alto. A maquilhagem e os seus perfumes são dos melhores. Essencialmente, estas mulheres cuidam-se e marcam a diferença na sociedade e elas sabem disso, incluindo em actividades profissionais de cariz público, mas também na política para ascender na carreira política. Noutras situações, a sua beleza ajuda a fechar negócios em restaurantes distintos.


O objectivo não é melhorar ou piorar a percepção da sociedade sobre as pessoas. A si, cabe, cara leitora, caro leitor, fazer e tirar as suas conclusões.

Quando planeei o tema, pensei que era um assunto tabu, ousado, mas esse também é o meu papel enquanto Educador Financeiro, na extensão de economista (cientista social), que é ir mais além…



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Por via de vários contactos fui entrevistando cada uma das dez mulheres que aceitaram falar anonimamente sobre a prostituição de luxo, que em Angola tem algumas expressões que de forma negativa querem dizer o mesmo, tais como a que se apresenta:

– mulheres do game

As entrevistas aconteceram de forma presenciais em unidades hoteleiras: Hotel Intercontinental, Hotel Epic Sana e Hotel Trópico. Todos os hotéis estão localizados no centro da cidade de Luanda, locais previamente marcados pelas entrevistadas, em dias e horas diferentes, pelo que não houve entrevistas com duas ou mais entrevistadas ao mesmo tempo.

Elas têm 25 e 49 anos de idade e a profissão de prostitutas, elas não gostam de serem consideradas. Todas em unanimidade não se consideram “call girls”, como no estrangeiro são designadas na gíria. Ela consideram-se como prestadores de serviço. Todas lidam com clientes diferenciados: homens, mulheres, casais de géneros diferentes, do mesmo género: duas mulheres, dois homens.

Todas as prostitutas são bissexuais, embora tenham as suas preferências… mas a maior é a satisfação dos/das suas clientes. A maior parte dos clientes são homens com poder de compra, que querem relações com mulheres limpas, higiénicas, lindas, que se cuidam, que gostam do bom e do melhor. Saem com os seus clientes a jantares, galas, actividades, férias, mas também em encontros nos melhores hotéis do país, no Dubai, no Brasil, em Portugal, Londres, Joanesburgo, etc.

Se gostam do que fazem, oito em dez responderam que sim. E porquê? A vida delas é difícil, pois há clientes educados, mas a maioria são pequenos grandes ditadores, que maltratam-nas, alguns deles armam esquemas para pagar a conta. Todas mencionaram que já foram ameaçadas.


Ganham em média, tudo depende do tempo que passam juntos, do que fazem, se envolve viagens, por exemplo, mas nenhuma cobra menos do que Kz 500 000,00 (quinhentos mil Kwanzas) e defendem o valor, pois estar com mulheres como elas e o que proporcionam, vale todo os Kwanzas pagos. Alguns dos seus clientes, os mais velhos (homens), por via da idade de problemas de saúde, pagam centenas milhares de Kwanzas ou mais para ter «consultas de psicologia» com elas. São sessões de desabafos e de carinho. Por stress e excesso de cobrança na sociedade, o tempo com elas é tempo «terapêutico».

Se aceitam receber em divisas. Todas disseram que sim, sem grande hesitação.

Se já recebem presentes frequentemente? Disseram que sim, tendo muito a ver com a relação com cada cliente, a confiança entre ambos. Já receberam mascotes de ouro, fios e anéis com diamantes, além de carros de luxo e casas. ´

Perguntei, se consideram que é a profissão é caracterizada como de actividade de curta duração, todas ficaram a pensar, mas consideram que no limite, com os cuidados de saúde, de frequentarem ginásios e terem treinadores pessoais (personal trainer), cuidado com a alimentação e terem certas características físicas, que no limite podem exercer até aos 55 anos. Uma delas tem 49 anos…

Se já pensaram em deixar a actividade: duas delas pensaram deixar. Oito, não pensaram em abandonar a sua profissão. As que pensaram deixar, foi pelos maus tratos e no início terem mulheres proxenetas, as que contratam as mulheres e fazem os contactos com os clientes. Até estabelecerem-se, são pressionadas em ter várias relações e as comissões que são de 40 a 50%. As outras oito, pensam no que já conseguiram ter de boa vida, desafogada materialmente, mas também aonde já estiveram e em festas glamorosas.

Ainda fiz mais três questões: se têm outras actividades profissionais. Todas disseram que têm empresas, negócios formais em geral, lojas, salões de beleza. Pelo que percebi, nenhuma vive da prostituição nesta fase da vida delas, sendo que tal percepção é maior nas mulheres mais velhas. E esta emancipação financeira e patrimonial, vem da sua actividade e dos conhecimentos que têm feito. Diga-se, aliás, que todas manifestaram que um dos maiores ganhos, são os conhecimentos que têm feito e que tem ajudado as suas vidas, incluindo familiares, em assuntos tão normais como tratar de documentos, de vistos, de resolver assuntos mais ou menos «complicados».

A penúltima pergunta é se são mais ou as que não são se querem ser. Seis delas não são mães biológicas, mas três adoptaram crianças. Quatro são mães. Ser mães biológicas ou adoptivas não limita, segundo elas, em tudo o que fazem profissionalmente. Tudo fazem para ter «fronteiras» entre a vida pública e a vida privada, o que inclui nos seus perfis do “Instagram”, “Tik Tok”, “Facebook”. Embora todas tenham perfis nestas redes sociais e algumas delas são influenciadoras digitais com muitas, muitas seguidoras e seguidores.

Depois de abandonar a actividade, o que pensam fazer? Dedicarem-se mais às suas actividades profissionais, mas mais ainda à família e ainda à passagem dos negócios para os herdeiros, pois a idade avança, e o seu foco é aumentarem a independência financeira. Terem companheiros e companheiros, é algo que com a maturidade vai construindo-se, mas nenhuma quer ficar sozinha amorosamente falando.

Agora pense, reflita e pense, acima de tudo, somos humanos e devemos respeitar as decisões da vida de outrem, embora a incompreensão pode gerar debates fruto da obscuridade, é aqui que espero ter vindo a ajudar ao longo deste artigo e dos outros 86 artigos anteriores.

Daniel Sapatero

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