O Comité de Política Monetária (CPM) decidiu, esta sexta-feira, alterar as taxas básica de Juro, de 15,5% para 20%, e da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez, de 19,88% para 25%.
A decisão do CPM do Banco Nacional de Angola (BNA) resulta da avaliação da evolução dos indicadores da inflação, que se situa em 24,94%.
A sessão ordinária do CPM, inicialmente agendada para 29 deste mês, foi antecipada devido a evolução da inflação, que tornou essencial uma apreciação mais imediata da situação, com vista à avaliação da necessidade de se tomar medidas correctivas.
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Em conferência de imprensa, o governador do BNA, José de Lima Massano, disse que o CPM decidiu igualmente aumentar a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez, de 7 dias, de 12% para 15%, e manteve inalterados os coeficientes das reservas obrigatórias, em moeda nacional e estrangeira, em 22%.
Os elementos inalterados são os termos e condições de estímulo ao crédito ao sector real da economia, por via do Aviso n.º 10/20, adiantou.
Com estas medidas, de acordo com José de Lima Massano, pretende-se inverter a trajectória da inflação, de forma a atingir o objectivo estabelecido para o final de 2021 (19,5%), reduzir as distorções existentes no corredor da política monetária, colocando a taxa directora a um nível intermédio das facilidades de cedência e de absorção de liquidez.
Com a medida tomada, adiantou, o Banco Central quer melhorar as condições monetárias para uma actividade de intermediação financeira mais eficiente, estimulando a poupança e a estabilidade cambial, sem colocar em risco o investimento e a actividade creditícia, principalmente de apoio ao sector real da economia.
O CPM analisou igualmente o enquadramento da taxa do BNA, uma das variáveis da política monetária, no actual cenário, considerando que o intervalo entre a mesma e a da inflação tem-se alargado de modo negativo, pelo que foi considerado urgente o seu ajustamento.
No início de 2018, o Banco Nacional de Angola definiu a base monetária, como principal variável da política monetária, e as medidas de controlo da mesma resultaram na redução da inflação, de 22,72%, em Janeiro de 2018, para 16,90%, em Dezembro de 2019.
Pressões inflacionistas persistem
As decisões tomadas pelo Comité de Política Monetária, depois de avaliadas, a nível nacional, as pressões inflacionistas consideradas persistentes, se revelaram maiores que o esperado, apesar de medidas para minimizar o choque da oferta registado, essencialmente, no primeiro trimestre do ano em curso.
Neste período, segundo Lima Massano, a variação mensal do Índice de Preços ao Consumidor Nacional (IPCN) continua acima dos 2%, sem sinal de abrandamento, impulsionada, fundamentalmente, pela classe de alimentação e bebidas não-alcoólicas, com uma contribuição média, nos cinco primeiros meses do ano, a rondar os 70% da inflação total.
A variação do IPCN acumulada, até Maio de 2021, atingiu 9,84%, enquanto a inflação, a nível nacional, nos últimos 12 meses, situou-se em 24,94%.
No entanto, as indicações referentes à primeira quinzena de Junho apontam, de acordo com o governador do BNA, para a manutenção da tendência desfavorável de evolução dos preços.
“O núcleo de inflação, isto é, a inflação total, sem a contribuição dos preços administrados e voláteis, tem apresentado uma trajectória incompatível com o objectivo de inflação, tanto no curto, como no médio e longo prazos”, enfatizou.
Apesar do dinamismo dos programas de incentivo à produção nacional, apontou que a oferta de bens alimentares de produção nacional permanece condicionada por factores estruturais, agravada por condições climatéricas, menos favoráveis em regiões tradicionalmente produtivas. In Angop
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