Nesta quarta-feira, 19 de junho, a cidade de Pretória foi palco da investidura do Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em um evento que reuniu aproximadamente 20 Chefes de Estado, além de Vice Presidentes, Primeiros Ministros e outros dignitários internacionais. A cerimônia marcou um momento significativo na política sul-africana, mas nem todos os presentes saíram satisfeitos com suas colocações protocolares.
Entre os dignitários presentes, destacou-se a figura de João Lourenço, o Presidente de Angola, cuja expressão entristecida chamou a atenção. Durante o evento, João Lourenço foi colocado atrás do Rei de Eswatini, uma posição que claramente não o agradou. Esta não foi a primeira vez que o líder angolano se viu em uma situação semelhante. Em cerimônias anteriores, como na tomada de posse do Rei do Reino Unido e na posse de Lula, João Lourenço também foi relegado a posições que não condiziam com a importância que Angola acredita ter no cenário internacional.
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Recentemente, João Lourenço também teve um encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No entanto, sua visita não recebeu atenção da mídia americana, reforçando a percepção de desvalorização. A ausência de cobertura mediática sublinhou a falta de reconhecimento de Angola em importantes esferas globais, mesmo quando se trata de interações com uma das maiores potências do mundo.
A desvalorização percebida pelos líderes angolanos em eventos internacionais parece ser uma constante. Em Pretória, a presença de inúmeros Chefes de Estado, figuras acadêmicas, culturais, desportivas e religiosas, não ajudou a mitigar o sentimento de marginalização. A posição de João Lourenço durante a cerimônia refletiu uma realidade desconfortável: a percepção de que Angola, apesar de sua relevância regional, muitas vezes não recebe o reconhecimento esperado em arenas internacionais.
Enquanto analista, a situação de Lourenço na cerimônia de investidura de Ramaphosa é sintomática de um problema maior. A imagem de Angola no exterior ainda é moldada por factores históricos e políticos que, frequentemente, colocam o país em um plano secundário em relação a outras nações africanas. A insistência em destacar a sua importância nas relações internacionais não tem sido suficiente para garantir o destaque desejado.
Assim, a investidura de Ramaphosa não foi apenas um evento para celebrar a democracia sul-africana, mas também um palco onde as complexas dinâmicas de poder e prestígio entre as nações africanas se tornaram visíveis. Para João Lourenço, a cerimônia foi um lembrete amargo das dificuldades enfrentadas por Angola para afirmar sua posição no cenário internacional, um desafio que continuará a moldar a diplomacia do país nos próximos anos.
Por Hitler Samussuku
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