“HAJA HOMENS”- GRAÇA CAMPOS

 


O Regulamento da Lei sobre a Organização, Exercício e Funcionamento das Atividades de Comércio Ambulante, Feirante e de Bancada de Mercado, recentemente aprovada em decreto assinado pelo Presidente da República inclui a proibição da venda ambulante de moedas e notas de banco. 

Vai ser interessante ver como é que as autoridades encarregues de fazer respeitar essa controversa decisão hão de agir, por exemplo, no Mártires de Kifangondo, bairro luandense em que cidadãos de origem estrangeira, mormente maliana, ditam as regras do comércio informal de divisas.



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Angolanos nascidos pouco antes de 2002 ainda se lembram que várias tentativas da Polícia e dos Serviços de Segurança tendentes a desarticular o comércio de divisas naquele bairro bateram na rocha.

Estancar a venda ambulante de divisas naquele bairro luandense exige muito mais do que um Regulamento da Lei sobre a Organização, Exercício e Funcionamento das Atividades de Comércio Ambulante, Feirante e de Bancada de Mercado.

Essa empreitada exigiria sacrificar cabeças e pescoços no Banco Nacional de Angola e em quase todos os bancos comerciais.

Procurar a cabeça da cobra no Mártires vai não só diabolizar os estrangeiros ali residentes, como poupará aqueles que, na baixa de Luanda, têm à sua guarda as chaves dos cofres. 

As autoridades sabem quem “inunda” diariamente o Mártires de Kifangondo de divisas. 

“Haja homens” – é assim que o falecido músico Zecax diria se confrontado com a necessidade de reduzir nos limites da decência o comércio de divisas no menos angolanos dos bairros luandenses. E, já agora acrescente-se, homens verdadeiramente comprometidos com o interesse nacional.

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