Exmo. Senhor Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço,
Escrevo-lhe esta carta aberta com profunda preocupação e um apelo urgente relacionado à situação de extrema fome que assola o nosso país. É com pesar que testemunhamos um cenário alarmante, onde um número significativo de pessoas não tem sequer acesso a água potável e alimentos básicos para a sobrevivência.
Um exemplo gritante desta realidade desoladora pode ser observado no Moxico, mais especificamente na cidade do Luena, onde famílias inteiras estão ser forçadas a enviar seus filhos para as ruas, na esperança de que possam conseguir pão junto às pessoas que frequentam as padarias. É inaceitável e desumano que crianças estejam obrigadas a mendigar nas ruas para sustentar suas famílias.
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A situação actual nos leva a constatar que estamos a viver em condições ainda mais precárias do que durante o período de guerra, quando pelo menos havia a distribuição de alimentos como fubá e feijão pelo Programa Alimentar Mundial (PAM). Hoje em dia, a realidade é cruel: apenas os mais abastados conseguem adquirir um simples quilo de feijão. Isso nos leva a questionar se o valor do nosso país está a ser reconhecido e respeitado, e se o governo está verdadeiramente a cumprir o seu papel de servir e proteger os seus cidadãos.
Senhor Presidente, diante deste quadro desolador e desumano, fazemos um apelo urgente para que Vossa Excelência decrete a situação de calamidade pública em face da fome que assola muitas regiões do país. Medidas emergenciais e eficazes precisam ser tomadas para garantir que cada cidadão tenha o direito básico à alimentação e à dignidade humana.
A população clama por acções concretas do governo que possam aliviar o sofrimento e a angústia daqueles que lutam diariamente pela sua sobrevivência. É hora de agir, de mostrar solidariedade e empatia para com os mais vulneráveis e desfavorecidos da nossa sociedade.
Esperamos que esta mensagem chegue até si com a urgência e a seriedade que esta questão grave demanda. Que a justiça, a compaixão e a solidariedade prevaleçam em suas decisões e acções futuras.
Atenciosamente,
Nelson Mucazo Euclides
Cidadão preocupado com a situação no país
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