O Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) está no centro de uma polémica, acusado de desviar fundos públicos para corromper activistas. Estes financiamentos têm criados divisões dentro do MPLA, gerando revolta entre os militantes que se sentem negligenciados e traídos pelo próprio partido.
O FADA, instituição inicialmente destinada a promover o desenvolvimento agrário em Angola, está a ser alvo de graves acusações que põem em causa a sua integridade e propósito. Relatórios recentes apontam que a organização, que já desembolsou mais de 20 mil milhões de kwanzas em 2.347 projetos agrícolas até abril de 2024, está a ser instrumentalizada para fins políticos obscuros.
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Apoio Político Disfarçado Fontes internas denunciam que o FADA se tornou uma ferramenta política, usada para silenciar críticos do sistema através de fundos que deveriam beneficiar agricultores e cooperativas.
O próprio Gabinete da Presidência da República é acusado de direcionar estes recursos para comprar o apoio de activistas, o que gerou indignação entre os militantes do MPLA.
A revolta é palpável entre os militantes do MPLA, que se sentem traídos e marginalizados. “Nas épocas das eleições, o partido devia chamar os activistas, já que são eles que recebem ajuda do FADA”, lamenta um militante, destacando a injustiça que muitos jovens dentro do partido enfrentam, vivendo em condições extremas sem acesso aos fundos que, supostamente, deveriam ajudar a todos de forma equitativa.
Descontentamento e Consequências A crescente insatisfação entre os militantes do MPLA pode ter sérias repercussões para o partido, especialmente em vésperas eleitorais. A percepção de que o FADA deixou de servir o interesse público para se tornar um instrumento de manipulação política poderá alienar ainda mais a base do partido, aumentando o fosso entre os dirigentes e os militantes de base.
Até agora, Luanda lidera a lista dos beneficiários com 810 supostos projectos financiados, representando 4,68 mil milhões de kwanzas. O escândalo no FADA revela um quadro preocupante de corrupção e manipulação política que compromete os objetivos de desenvolvimento e equidade social em Angola.
A utilização de fundos públicos para silenciar críticos e criar divisões internas no MPLA é uma manobra perigosa que, se não for corrigida, poderá ter consequências devastadoras para a confiança pública nas instituições e no próprio partido.
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