A Holanda tem vários interesses em Angola, que vão da agricultura à indústria, passando pela energia renovável e logística, mas a grande dificuldade na implantação das empresas daquele país europeu em Angola prende-se com a excessiva burocracia.
De acordo com o embaixador Tsjeard Hoekstra em entrevista ao Jornal "Expansão", a Holanda é um pequeno país, mas é uma grande nação e, com uma economia muito forte e com muito a oferecer a Angola.
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"Sabemos naturalmente o potencial de Angola, também conhecemos os seus pontos fortes e, neste sentido, é muito importante lembrar-se que a Holanda é um "campeão" na agricultura, por exemplo. Também é um país muito forte na logística e nas energias renováveis e Angola oferece grandes oportunidades na agricultura, energia e logística e aí, sim, podemos encontrar-nos e fazer negócio. Aliás, nós, como embaixada, focamo-nos nestes temas", disse.
Questionado quais são os maiores investimentos da Holanda em Angola, o diplomata holandês fez saber que a Holanda é uma plataforma logística na Europa, encabeçada pelo porto de Roterdão, que é o maior da Europa. No dizer deste, Roterdão afigura-se como o maior distribuidor de produtos agrícolas para toda a Europa e não só. "Portanto este conhecimento sobre a logística podemos também partilhar com Angola", frisou o Tsjeard Hoekstra.
No que toca ao sector da logística, o embaixador holandês disse que junto ao Ministério dos Transportes, tem-se a ideia de desenvolver o potencial económico ao longo do Corredor do Lobito, que de repente despertou o interesse de muitas partes, nomeadamente a União Europeia, os Estados Unidos da América, a China.
"Nós já estamos neste corredor há muito tempo, há pelo menos cinco anos, com a criação de opções económicas para Angola e também para os Países Baixos. O que é importante é ter em mente que a discussão sobre o Corredor do Lobito concentra-se muito na possibilidade de se ter acesso aos recursos minerais cruciais do interior de África, designadamente da RDC e da Zâmbia, por exemplo. E, naturalmente, isso é importante porque são minerais fundamentais para a transformação energética que vivemos nos dias de hoje. Mas, para nós, é importante igualmente não esquecer que ao longo do Caminho-de-Ferro de Benguela temos muitos interesses em áreas como a agricultura, a indústria e também os recursos minerais. E a nossa ambição é tornar este corredor de transporte num corredor económico com vantagens mútuas", salientou.
Segundo este, é importante saber que, neste momento, a Holanda está trabalhar sobre a Plataforma Logística da Caála, na província do Huambo com a parceria da ARCLA, terceiro é o consórcio Flying Swans, financiado pelo governo holandês com o foco em desenvolver infraestruturas para que o sector privado possa ser envolvido no desenvolvimento do Corredor do Lobito.
"São esses os parceiros que estão a trabalhar sobre a Plataforma Logística da Caála, cujo lançamento da primeira pedra teve lugar em Dezembro do ano passado e esperamos que em breve, daqui a um ano ou um pouco mais, possamos ter a primeira fase concluída. Uma plataforma que vai servir como um pólo de atração para muitas empresas, uma infra-estrutura que vai estimular o desenvolvimento da agricultura, da indústria e do comércio em toda região", explicou, acrescentando que o mesmo tem um investimento de 55 milhões de euros provenientes do Invest International, um banco de cooperação da Holanda e de 10 milhões de investimentos públicos, através de um empréstimo do Banco Mundial.
Expansão
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