Esse texto analisa a celebre frase "O dinheiro é nosso, é do petróleo temos direito", para justificar a venda da causa explorando as implicações éticas e sociais da compra de ativistas por meio da corrupção. A partir da perspectiva de autores como Durkheim, Rousseau e Julia Bobrowa, o artigo argumenta que a aceitação de tais valores por parte de ativistas representa uma grave violação dos princípios básicos do ativismo e do contrato social, além de prejudicar significativamente o bem-estar da sociedade como um todo.
Aceitar Dinheiro da Corrupção: Uma Traição aos Princípios do Ativismo-Revolucionário.
Essa prática configura-se como um ato de corrupção que mina a credibilidade do ativismo e desvirtua seus objetivos originais. Ao invés de promoverem mudanças sociais, políticas e acelerar a queda do MPLA e do Sistema, como define Julia Bobrowa, esses ativistas se vendem ao sistema que combatem, perpetuando a ditadura do MPLA, as desigualdades e a má gestão dos recursos públicos.
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As Consequências Negativas para a Sociedade
Através da FABA foi incumbido ao Noberto Garcia, homem do Gabinete de acção psicológica do MPLA à oferecer créditos aos jovens que desde 2011 se debatem contra o sistema.
A aceitação de dinheiro da corrupção por parte destes "ativistas" ou revú como são adjetivados perujativamente pelo sistema gera diversos efeitos negativos para a sociedade. Em primeiro lugar, impede o desenvolvimento de políticas públicas, pois os recursos desviados para a compra destes "ativistas" deixam de ser investidos em áreas como saúde, educação, infraestrutura e segurança. Sectores que mais carecem de melhorias em Angola.
Em segundo lugar, contribui para a perpetuação da pobreza e da exclusão social, pois os ativistas, ao invés de lutarem contra o sistema, e consequentemente por uma sociedade mais justa onde não só eles que recebem os valores mas todos poderão viver dignamente, se tornam cúmplices da manutenção do poder de quem oprime um povo e perpetua as desigualdades sociais. Além disso, a compra de ativistas fragiliza a democracia, o Estado de Direito, e a luta da classe trabalhadora, pois mina a confiança das pessoas nas instituições, nos processos políticos, e nos próprios ativistas que são vistos como verdadeiros heróis e defensores do povo angolano contra o regime autoritário do MPLA que dura há 48 anos.
A Responsabilidade Ampliada dos Ativistas:
Ao se engajarem em uma causa social ou política, os ativistas assumem, de forma consciente ou não, um "contrato social" com a sociedade, no qual se comprometem a lutar por um bem comum.
Esse contrato social, inspirado nas ideias de Rousseau, implica na abdicação de certos direitos individuais em prol do bem-estar coletivo. Ao aceitarem dinheiro da corrupção, os ativistas violam esse contrato e traem a confiança depositada neles pela sociedade. Por essa violação é esperado que à sociedade e outros ativistas que não venderam-se agem de forma repressiva contra eles. Nós lutamos por um bem maior, e está mais claro que esse bem maior só vai ser alcançado com um novo contrato social que parte do princípio da queda do regime autoritário do próprio MPLA do poder.
O ativismo corrompido pela compra de ativistas representa um retrocesso na luta por uma sociedade mais justa e igualitária, e consequentemente uma traição à luta dos verdadeiros revolucionários angolanos desde ao 27 de Maio de 1977 à 2011. É fundamental que os ativistas se mantenham firmes em seus princípios e resistam à tentação do dinheiro fácil. Somente através de um ativismo que tem no centro a luta da classe trabalhadora operária é que será possível alcançar as mudanças sociais almejadas.
Katró Ungila, ativista, membro executivo do Movimento Hip Hop Terceira Divisão, Especialista em Direitos Humanos e Desenvolvimento Comunitário.
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