A Fundação Savimbi e a Controvérsia Política



Dois anos depois dos filhos do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, darem entrada ao processo, o Executivo finalmente legalizou a Fundação Jonas Savimbi no Cartório Notarial da Loja dos Registos do Cazenga. A oficialização desta fundação, que visa conceder bolsas de estudo a jovens desfavorecidos e apoiar pessoas com necessidades especiais, marca um capítulo intrigante na história política de Angola.


Segundo Isaías Samakuva, ex-presidente da UNITA, a criação desta fundação "é uma vontade da família e do partido". A fundação, de âmbito nacional, não tem carácter político-partidário, desfrutando de autonomia administrativa e sendo uma entidade sem fins lucrativos. Contudo, a legalização desta instituição pelo mesmo governo do MPLA, que combateu Jonas Savimbi até a sua morte, levanta questões sobre as intenções políticas por trás deste acto, principalmente numa fase em que o Gabinete de Acção Psicologica exibiu as fotos da Ginga Savimbi e sua mãe como troféu conquistado.



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Jonas Savimbi, uma figura heróica e inspiradora para muitos jovens angolanos e não só, é frequentemente apontado pelo MPLA como o causador de muitos dos males que assolam o país por eles governado desde a independência. Sua luta incansável contra o regime governante o transformou em um inimigo ferrenho do MPLA. Portanto, a legalização de uma fundação em seu nome parece, à primeira vista, um acto de reconciliação e reconhecimento da importância de Savimbi na história de Angola.


No entanto, a movimentação política por trás deste gesto sugere uma estratégia mais complexa. A UNITA, como maior partido de oposição, representa uma ameaça constante ao domínio do MPLA. A criação desta fundação pode ser vista como uma tentativa de dividir a UNITA, explorando possíveis descontentamentos internos, especialmente entre os filhos de Savimbi e a ala que perdeu o congresso de 2019. Ao legalizar a fundação, o MPLA pode estar buscando ganhar a simpatia desta facção da UNITA, enfraquecendo a coesão do partido e garantindo um ambiente político mais favorável para si.


Este movimento, portanto, pode ser interpretado como uma jogada astuta para tirar proveito político do descontentamento e das divisões internas da UNITA. Ao apoiar a fundação, o MPLA envia uma mensagem ambígua: por um lado, mostra-se magnânimo e reconciliador, mas por outro, revela sua capacidade de instrumentalizar a memória de Savimbi para seus próprios fins políticos.


Para a família de Savimbi e para os jovens desfavorecidos que se beneficiarão das bolsas de estudo, a criação da fundação é um desenvolvimento positivo. Ela oferece esperança e oportunidades em um contexto muitas vezes marcado pela falta de perspectivas. No entanto, para os observadores políticos, este é um lembrete claro de como as alianças e os gestos de boa vontade podem ser usados como ferramentas de estratégia política.


Em resumo, a legalização da Fundação Jonas Savimbi pelo Executivo do MPLA não é apenas um ato administrativo; é uma jogada política com múltiplas camadas de significados e intenções. Enquanto a fundação promete trazer benefícios tangíveis para muitos, ela também se insere em um cenário político onde cada movimento é calculado e cada gesto tem implicações profundas para o futuro da nação.


Por Hitler Samussuku “Savimbista”


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