Quadro sênior da polícia é de opinião que o deputado da UNITA não sofreu nenhuma tentativa de assassinato



ASSASSINATO? NÃO ME PARECE!


Como sabem, tenho formação média em ciências policiais e criminais, para além da formação superior em direito e, felizmente, detenho uma boa base de criminalística, criminologia, informações policiais, trabalho secreto e, como é óbvio, de técnica e táctica das forças de segurança que me permitem compreender vários cenários do crime.


A tentativa de assassinato que se fala, em que foi vítima um Deputado a Assembleia Nacional, cujas imagens circulam e o texto abarrota os grupos do WhatsApp tem elementos que, quem como eu, que entende dos “modos operandi” dos malfeitores deixa brechas que me fazem pensar num cenário irreal e com aproveitamentos que, por sinal, já jorra no sangue de alguns compatriotas, com os seguintes detalhes:



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1. Nenhum malfeitor que queira assassinar alguém vai ao local do crime sem o mínimo de informações cruciais. Para saber a hora, com quem, como estará e o tipo de roupa, se for na rua.


No caso do Deputado, o canário mostra que os assassinos que o tentaram matar ignoraram isto… 

Só pode ser mesmo ignorância!


Nem mesmo sabiam com quem o Deputado estava.

Não sabiam, por exemplo, que ele não estava ao volante, e só isto justificava que o disparo fosse feito na porta do condutor que mesmo que o atingisse não mataria o Deputado, pelo menos de imediato por passaria, primeiro, em muitas barreiras, nomeadamente a chaparia, o vidro, o corpo do motorista e só depois chegaria ao peito ou cabeça do representante do povo de Malanje e, com isto, reduzir a possibilidade de atingir o resultado pretendido.


2. Depois do disparo, que pela forma como o condutor retirou o carro para embater contra um outro mostrava aos assassinos que, distarte, o condutor do veículo da Assembleia - que para eles era o Deputado - não morreu. 


Sobreviveu do disparo e continuou a conduzir e mesmo assim os assassinos nada mais fizeram do que fugir do local. Portanto, desinteressados com o resultado, enquanto elemento importante do crime.


Estes dois detalhes, para os leigos, podem parecer ou Valer pouco, mas, para mim, são significativos para se compreender que a tese da tentativa de assassinato pode ter sido avançada com o objectivo único: protagonismo político!


Há poucas, se não nenhuma, evidência técnica que, sob ponto de vista investigativo e criminalístico seja capaz de sustentar a tese de assassinato. Há, de certeza, outro motivo dos disparos que, sem antes serem esclarecidos avançou para a perspectiva política.


Contudo, tarde ou cedo,  e sem influência política, saberemos do que, na prática e com a verdade, aconteceu..


Aquele abraço.


 Vasco da Gama- jornalista e quadro sênior da polícia nacional de Angola 


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