A situação na Movicel, uma conhecida companhia telefônica em Angola, tem se agravado nos últimos meses, levando os trabalhadores à beira do colapso financeiro. Após uma intervenção inicial, que resultou no pagamento dos salários de dezembro de 2023, os funcionários vêm enfrentando uma incerteza constante em relação aos seus vencimentos, há cinco meses.
A falta de pagamento tem afetado severamente os trabalhadores, que se veem obrigados a comparecer ao trabalho diariamente sem a garantia de receber seus salários. Muitos estão enfrentando dificuldades financeiras tão graves que estão sendo forçados a separar-se de seus entes queridos, uma vez que seus filhos estão sendo expulsos das escolas devido à falta de pagamento das mensalidades, disse a fonte do Lil Pasta News.
A situação tem gerado um sentimento generalizado de descontentamento entre os funcionários, que não possuem um sindicato para representá-los, pois o mesmo foi dissolvido. Alguns alegam que a Movicel se tornou apenas um nome vazio, sem uma estrutura adequada para lidar com os problemas enfrentados pelos trabalhadores.
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Além dos atrasos salariais, os funcionários também perderam o acesso ao seguro de saúde, deixando-os sem opções para buscar assistência médica em caso de necessidade. A incerteza em relação ao futuro tem gerado preocupações entre os trabalhadores, que se questionam se conseguirão sobreviver nessas condições precárias.
Os atos de vandalismo contra as infraestruturas da empresa têm se tornado frequentes, sem que nenhuma medida efetiva seja tomada para contê-los. Até mesmo o armazém central foi alvo de vandalismo recentemente. Essa situação agrava ainda mais a já difícil realidade dos funcionários.
A fome tem se tornado uma realidade para muitos trabalhadores da Movicel, com relatos de colegas falecendo e sem recursos sequer para cobrir os custos de um funeral digno. Há relatos de funcionários que faleceram, mas a empresa ainda lhes devia três meses de salário.
Enquanto os trabalhadores enfrentam essa crise financeira devastadora, a Movicel continua honrando seus compromissos com fornecedores e prestadores de serviço, o que tem gerado indignação entre os funcionários. A gestão da empresa tem sido questionada diante dessa disparidade, com muitos funcionários se perguntando por que os pagamentos a terceiros são priorizados em detrimento dos salários dos trabalhadores.
A situação é tão crítica que até mesmo a empresa de limpeza, Insulana, abandonou as instalações da Movicel devido à falta de pagamento. Somente após três dias, quando receberam o pagamento em atraso, é que voltaram a prestar seus serviços. Essa situação ilustra a negligência da empresa em relação aos seus próprios funcionários.
A falta de ação das autoridades e a ausência de um posicionamento claro por parte da Movicel têm deixado os trabalhadores desamparados e sem perspectivas. Muitos deles possuem empréstimos bancários e estão enfrentando atrasos no pagamento das prestações, o que coloca em risco sua estabilidade financeira e até mesmo sua subsistência básica. Alguns funcionários têm sido forçados a vender seus meios de transporte apenas para garantir o sustento diário.
Diante desse cenário de crise, os funcionários estão se mobilizando para uma paralização geral, prevista para o próximo dia 1 de junho. A intenção é chamar a atenção para a situação precária em que se encontram e exigir soluções imediatas por parte da empresa e das autoridades competentes.
Enquanto isso, os centros comerciais, como Kero e Belas Shopping, permanecem em silêncio diante dos problemas enfrentados pelos trabalhadores da Movicel, apesar da presença de um PCA, PCE e outros administradores no grupo de diretores e consultores da empresa. A falta de solidariedade por parte dessas instituições tem gerado ainda mais desânimo e frustração entre os trabalhadores.
A situação na Movicel é um reflexo alarmante dacrise financeira que assola a empresa e tem impactos significativos na vida dos trabalhadores. É urgente que medidas sejam tomadas para garantir o pagamento dos salários em atraso, restabelecer o acesso ao seguro de saúde e proporcionar condições dignas de trabalho. Além disso, é necessário um posicionamento claro das autoridades e das instituições envolvidas para que essa situação seja resolvida de forma justa e efetiva, assegurando o bem-estar dos funcionários da Movicel.
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