As denúncias sobre as recorrentes violações da Lei Geral de Trabalho, envolvendo empresas chinesas que operam em Angola, continua a revoltar os angolanos. Trata-se de um problema de domínio das autoridades de direito, e se regista um pouco por todo o país.
O problema é antigo, mas os relatos continuam. Aliás, vários sindicalistas angolanos já denunciaram várias vezes estes actos abomináveis, que ferem a moral e os direitos trabalhistas e humanos.
Geralmente, as empresas sob tutela de expatriados, com predominância para chineses, promovem "trabalho-escravo" nas suas empresas e/ou actividades comerciais, consubstaciada numa escravatura moderna.
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Muitos são mantidos em cárcere privado, enquanto outros são forçados a trabalhar, diariamente, 12 a 14 horas, com direito a uma hora de descanso. Segundo apuramos, muitos trabalhadores ficam meses sem manter contacto com os seus familiares.
Mais uma vez, o grito de socorro veio da província de Benguela. De acordo com uma reportagem do "Jornal O País", publicada no dia hoje, quinta-feira (30.05.2024), cerca de sessenta trabalhadores de uma fábrica de sumo "queixam-se de escravatura moderna". Os funcionários reclamam, igualmente, que estão sujeitos a condições laborais desumanas.
Recentemente, viralizou nas redes sociais um vídeo, em que aparece um cidadão asiático a chicotear o "seu funcionário", por supostamente reivindicar a elevada carga horária.
Pelos vistos, tudo tem se resolvido num "acordo de cavalheiros" e o pagamento de uma multa, resultante da reiteirada infracção.
Para inglês ver, as autoridades governamentais afirmam que estão a combater o fenómeno. Mas, a realidade contrasta com os discursos "cor-de-rosa".
Tudo isso só acontece devido a falta de patriotismo e ambição desmedida de algumas autoridades administrativas e de defesa e segurança que dão "guarida" à estes expatriados, bem como a cumplicidade de responsáveis de algumas instituições que têm a missão de salvaguardar os interesses da classe trabalhadora.
Portanto, se houvesse vontade política e protecção dos direitos dos cidadãos angolanos, as empresas estrangeiras que insistem em violar os regulamentos laborais vigentes no país teriam encerrada as portas e os promotores do negócio seriam deportados para as suas terras de origem, como aconteceu, por exemplo, na África do Sul e no Ruanda.
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