A NOSSA LUTA PELAS AUTARQUIAS LOCAIS



Em Dezembro de 2017 debaixo de uma árvore na casa do Hata decidimos criar uma nova forma de associativismo e luta social. Em Janeiro de 2018 começamos  com as reuniões na casa do Levi e depois na minha casa que resultou na criação do Movimento Jovens pelas Autarquias. Cacuaco com o Projecto Agir foi o berço dessa luta e depois passou para o Cazenga com a PLACA, Viana com o Mudar, Belas com o NBA, Malweka com as Forças Activas, Malanje com o Balumukeno, Benguela com o Movimento Revolucionário, Huila com a Okulinga, Namibe com a Brigada Cívica , Ngola Kiluanje com a Brigada Cidadã, Bengo com a Mizangala e Moxico com a Lauleno. Também tínhamos estendido para o Uige, Zaire e já não sei mais aonde. 


Naquela altura o activismo tinha muita graça, muita harmonização, muita união e muita criatividade. 


Para nós as autarquias locais representavam mais do que uma estrutura administrativa; elas simbolizam a essência da participação cidadã e a proximidade entre o governo e a comunidade. É por meio dessas instituições que podemos garantir que as necessidades e aspirações de cada localidade sejam ouvidas e atendidas.



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A nossa luta pela institucionalização das autarquias locais é contínua e exige o empenho de todos até porque enquanto jovens temos  energia, inovação e a visão necessária para levar adiante esse legado. 


Somos a esperança de nós mesmo, dizia isso vezes sem conta para estimular os meus comparsas a acreditarem numa Angola melhor construída também com os nossos forços e luta e resistência até porque nós somos a força motriz de um futuro onde o poder seja verdadeiramente descentralizado e cada cidadão tenha voz activa nas decisões que impactam suas vidas.


O MPLA e a UNITA estão prestes a concluir a aprovação do pacote legislativo autárquico e nós estamos em casa com os braços cruzados e as pernas traçadas. Nem parece que um dia saímos das nossas casas e fomos enfrentar as autoridades no portão Sul da assembleia. Foram quantas vezes? Foram quantas marchas? Quantos actos? Quantas conferências de imprensa? Quantos seminários ? Quantos encontros comunitários pela institucionalização das autarquias locais? Se nos calamos perante a este momento crucial em que o tema das autarquias está em voga é porque a nossa luta foi vã e eu me recuso a aceitar que a minha luta pela institucionalização das autarquias locais foi vã, pois continuarei aqui a lutar até que seja efetivada este direito consagrado na Constituição da República de Angola e que é necessário para completar o Estado democrático e de direito. 

Portanto, caros jovens como eu, participem activamente da vida política e comunitária. Informem-se, envolvam-se, questionem e proponham. Sejam líderes comunitários que valorizam a transparência, a justiça e a eficiência na gestão pública. O futuro das autarquias locais depende da nossa determinação até porque como dizíamos “no meu município , ninguém me representa”. 


Lembrem-se de que cada passo dado em direção à institucionalização das autarquias locais é um passo em direcção a um país democrático e mais inclusivo. A nossa luta abriu o caminho, mas é a continuidade da luta que construirá o futuro.

Hitler Samussuku

Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

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