Liberty Chiaca disse à Lusa que os carros circulavam no troço Longa-Cuito Cuanavale e depararam-se pelas 10:30 com uma barreira da qual saíram pessoas armadas que dispararam tiros e arremessaram paus e pedras contra a caravana onde seguiam os dirigentes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Entre estes encontravam-se três deputados, um assessor e o secretário provincial da UNITA no Cuando Cubango, não tendo sido revelada a identidade da pessoa que morreu.
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Liberty Chiaca lamentou os "atos de intolerância política" que se têm verificado no Cuando Cubango e sublinhou que a Polícia Nacional, que costuma acompanhar as caravanas dos parlamentares, "não se tenha feito presente".
O dirigente responsabilizou "militantes do MPLA", o partido no poder, pelo ataque e acrescentou que a UNITA já tinha recebido ameaças.
"Há dois dias foram feitas ameaças, deixaram bem claro que na cidade do Cuito Cuanavale a UNITA só podia entrar, não podia sair. (...) É o MPLA na província do Cuando Cubango que procura sempre tomar essas posições radicais que colocam em causa a paz e a reconciliação nacional", acusou.
O Cuito Cuanavale, que seria o último município a ser visitado no quadro das jornadas municipais em que participavam estes dirigentes, foi palco de violentos confrontos durante a guerra civil angolana entre as forças da UNITA, apoiadas pelo exército sul-africano, e o MPLA, com apoio dos cubanos, entre agosto de 1987 e março de 1988.
O dirigente criticou também o facto de, em situações anteriores, nas quais resultaram mortes, feridos e destruição de residências no Cuando Cubango, a policia nacional e os órgãos de Justiça naquela província não tenham levado os autores morais e materiais dos crimes à Justiça.
Por outro lado, disse ainda que há uma "estratégia subjacente de inviabilizar as atividades parlamentares", quando os governadores provinciais se recusam a receber os deputados da UNITA, como foi o caso no Cuando Cubango.
"A única coisa que exigimos é que se faça justiça, haja responsabilização, não se pode permitir que situações como essa voltem a acontecer", sublinhou, lembrando que o país acabou de celebrar 22 anos de paz.
"Se há dirigentes, há quadros do MPLA que não conseguem conviver no ambiente de paz e reconciliação nacional, o melhor é colocá-los nos seus devidos lugares. O lugar de um assassino é na cadeia", concluiu o dirigente do partido do "galo negro".
Os deputados estão de regresso à cidade de Menongue, capital do Cuando Cubango, onde está prevista esta tarde uma conferência de imprensa para prestar mais esclarecimentos.
Uma fonte da Polícia Nacional angolana contactada pela Lusa avançou que não há ainda informação concreta sobre o ocorrido, estando nesta altura as autoridades a averiguarem o que se passou e a recolher dados a partir da província do Cuando Cubango, remetendo detalhes para mais tarde.
O porta-voz do MPLA, Esteves Hilário, disse à Lusa não ter informações sobre o incidente, prometendo que vai averiguar o que aconteceu.
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