O jornalista sénior Xavier de Figueiredo – autor do Livro: Savimbi, um Homem no seu Martírio – foi, na semana passada, o convidado do programa Mar de Letras da RTP África para falar do seu novo livro. Particularmente, fiquei encantado com o que ouvi. Foi uma conversa deliciosa, muito boa mesmo! Afinal, no meio de tanto oportunismo e ingratidão ainda aparece gente atenta e honesta; gente bondosa e corajosa que sabe o que fala e é responsável no que diz. Felizmente, essa gente, mesmo sem escolher a hora, aparece sempre na hora certa.
As referências que fez sobre o Dr. Savimbi são mais do que justas e merecidas, porque ajudam a desmontar alguma tendência de se querer minimizar a imagem daquele que durante toda a sua vida política se dedicou única e exclusivamente a defender a causa dos angolanos. Por isso, para mim, o veterano jornalista Figueiredo foi, mais uma vez, feliz na abordagem que fez, aliás, habituou-nos a isso mesmo: os seus trabalhos são sempre de uma qualidade irrepreensível.
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Tenho a absoluta certeza de que o que o jornalista Xavier de Figueiredo diz é aprovado pela grande maioria dos angolanos. Isto pode ser verificado. Se se fizer um inquérito sobre quem foi o maior político de todos os tempos em Angola e que, mesmo depois da sua morte em combate, continua a dar lições aos vivos e a inspirar a juventude – a resposta, sem sombra de dúvidas, será Jonas Malheiro Savimbi; se qualquer um de nós fizer uma pergunta a qualquer angolano para saber quem foi o maior profeta de todos os tempos em Angola – a resposta será simples e objetiva: Savimbi; se andarmos pelas cidades, vilas e aldeias e procurarmos saber quem é o angolano que quis colocar o angolano em primeiro lugar – mais uma vez, o povo dirá, em coro, Jonas Savimbi; se formos às escolas e universidades e procurarmos saber sobre a história da independência de Angola – Jonas Savimbi será das personagens principais. Essa é a pura verdade!
Jonas Savimbi já não está fisicamente entre nós, mas boa parte dos angolanos o tem como o guia e o mestre. Vários jovens partilham os seus vídeos proféticos em cada ocasião da vida política e social que vivemos: quando há greve dos trabalhadores, os vídeos de Savimbi viralizam; se o assunto for corrupção, Savimbi também já profetizou que os governantes e seus filhos e seus amigos iriam roubar o dinheiro do petróleo e do diamante. É isso tudo, e não só, que faz de Savimbi uma figura presente nas vidas de milhares de angolanos e admirado pelo mundo afora. É, também, tudo isso que faz com que toda a pessoa séria e honesta reconheça as valências do grande homem que ele foi. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, Mário Soares, Rei Hassan II de Marrocos, Félix Houphouët-Boigny, tiveram por ele, é a prova acabada da sua grandeza. Não é por acaso que Xavier de Figueiredo, jornalista do melhor quilate e profissional com uma carreira invejável, enaltece a figura de Jonas Savimbi. O respeito com que o trata é de admirar e louvar. Louvar, por quê? Porque Figueiredo não é discípulo de Savimbi; não andou nas matas com o velho Jonas – mas é ele que fez o que muitos de nós deveriam ter feito: escrever sobre a real dimensão de Jonas Savimbi. Parabéns ao veterano jornalista Figueiredo. Que Deus lhe abençoe!
Já agora, termino com o que, algum dia, o Dr. Savimbi escreveu com o seu próprio punho: os que morrem vivem para sempre, se a sua causa for de toda a gente.
Savimbi viverá para sempre, porque a sua causa continua a ser de toda a gente.
Voltarei...
Gerson Prata
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