Sem a intervenção dos internacionalistas cubanos, que chegaram a invadir a província ultramarina de Angola dias antes dela se tornar num novo estado africano a 11 de Novembro de 1975, o MPLA não teria podido conquistar o poder nesse país, pedestal em que se mantém até hoje, quase meio século depois, uma eternidade. E isso, de quando em vez, tem de ser gratificado.
Por isso, parece de todo ingénuo quem se espanta com este ou aquele favorecimento concedido pelo governo a Cuba, a quem ainda por cima «devemos» a formação de milhares de quadros angolanos lá nas ilhas da juventude, coisos e tal. Daí que seja «normal» o surgimento duns quantos médicos ou professores cubanos, com base em contratos aparentemente «anormais», no quadro da cooperação estratégica e singular existente entre os dois estados, governos, partidos, povos irmãos e tutti fruti.
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Eu tive professores cubanos a partir de 1978, na oitava classe, até 1984, quando concluí o curso médio de educação, na especialidade de história e geografia. No Njinga Mbandi, onde fechei o ciclo básico, saído da comercial, tive duas professoras cubanas bem estruturadas, nada a ver com aquelas que mandam matacos tipo são camionistas.
Uma era a Carmita, mulata, professora de educação física, que me treinou para o show em ginástica acrobática que dei no primeiro festival gimnodesportivo realizado em Angola, na cidadela desportiva, sob o olhar atento do presidente Agostinho Neto. A outra era uma zaquela com rabo de preta, boazuda, professora de geografia, cujo nome na qual já me esqueci mbora, apesar de quase termos garinado, se eu não fosse à época um dos gajos mais balhundos do mundo no que tocava a engates.
Uma outra professora cubana que me marcou foi a docente de matemática do último ano do curso médio, que fiz no INE Garcia Neto. Pura «camionista», gostava de parecer loira natural, o que não conseguia, por a pintura ser muito indisfarçável.
A senhora aplicou-me um zero gordo, ao apanhar-me a passar uma cábula a um gajo que é hoje um alto funcionário da Sonangol. Tive de me aplicar a fundo para sacar vinte nas duas provas restantes, o que me permitiu chegar a uma média de 13,33333333 (40 a dividir por 03), que ela, benevolente, arredondou para 14, que foi aliás a minha média geral do curso, que fiz só por fazer, pois fora lá parar «através» da sacanice dos «encaminhamentos» que o MPLA inventou para desgraçar a orientação académica de muitos de nós. Eu tinha tudo para ir parar à NASA.
Mas, acabei na merda, literalmente impedido de fazer Direito em tempo útil, por razões políticas estúpidas, esgrimidas pelo regime eduardista, só por ter ido parar no Folha 8, agregadas a uma sacanice da UNITA (roubou-me uma bolsa de estudo para a Hungria em 1987)e outra do fidaputa do Evaristo Rocha, que me trancou numa cadeira por cinco anos, como se eu tivesse alguma coisa a ver com as porradas que a DISA lhe deu por causa do «27 de Maio».
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