Manifestação no município do Alto-Zambeze contra a gestão danosa



No próximo mês, a população do município do  Alto-Zambeze planeja sair às ruas em uma manifestação para contestar os maus procedimentos e a gestão danosa do erário por parte dos administradores que dirigem o município. A manifestação, agendada para a primeira quinzena de maio, foi motivada por uma série de razões que descontentaram os moradores locais.


Entre os principais motivos de insatisfação está o comportamento do administrador António Muquissi, que é acusado de desviar recursos públicos e causar prejuízos à população. Segundo relatos, Muquissi destruiu um jardim no valor de 65 milhões de kwanzas e não conseguiu realizar o reparo a tempo, deixando a comunidade em uma situação deplorável. Além disso, ele é acusado de saquear um tanque na região de Jaia, desviando cerca de 28 milhões de kwanzas destinados à perfuração de um poço, que até hoje não fornece água para a população. Outro desvio de verbas apontado é o desvio de 56 milhões de kwanzas destinados à construção de chafarizes nas aldeias de Lunachi e Kasau, que também nunca forneceram água.



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Além dos desvios financeiros, Muquissi é acusado de ter se beneficiado pessoalmente do seu cargo, levando consigo móveis, eletrodomésticos e outros bens pertencentes ao município quando deixou o cargo. A população também o acusa de desviar uma viatura que poderia ser utilizada em benefício dos cidadãos.


Atualmente, o administrador em exercício é Esmael Kexipoko, que também enfrenta duras críticas por sua gestão. Ele é acusado de silenciar o partido MPLA no município e de ter ligações com o partido UNITA e o movimento Malaquito. Há relatos de que Kexipoko tenha usado recursos públicos para construir sua própria casa em Leuna, além de desviar verbas do município. Sua gestão é descrita como rebelde, indisciplinada e separatista.


Outras reclamações incluem a falta de obras realizadas durante o período em que Kexipoko está no cargo, a contratação de pessoas de fora do município em detrimento dos residentes locais e a mudança de nomes de lugares históricos sem considerar a memória do povo.


A população está cansada e sente-se traída pelas autoridades governamentais. Eles expressam sua insatisfação com a corrupção generalizada e afirmam que, mesmo com títulos acadêmicos, os administradores não demonstram bom senso nem habilidades políticas. A falta de resultados e a percepção de que o governo não está ouvindo as demandas do povo levaram à convocação dessa manifestação.


Os manifestantes pedem ao governador Ernesto Muangala que tome medidas para resolver a situação e atenda às necessidades da população, evitando recorrer à violência ou reprimir os cidadãos que estão exercendo seu direito legítimo de manifestação.








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