Se analisarmos pela óptica das obras que estão paralisadas no País, 2.404, a província de Benguela lidera claramente este ranking com uma percentagem de 25,12%, que corresponde a 604 obras que estão paradas, sendo que na província o INE só identificou 9 obras que estão em processo.
O Inquérito Trimestral de Avanço e Acompanhamento dos Edifícios em Processo de Construção (ITAEPC) do INE, referente ao III trimestre de 2023, indica que 77% das 3.125 obras visitadas em todo o País estavam paralisadas, num total de 2.404, sendo que apenas 721 estavam em processo de construção.
Já em comparação com o III trimestre de 2022, em que foram visitadas 4.002 obras no território nacional, das quais 79% estavam paralisadas, registou-se uma diminuição de dois pontos percentuais (pp) nas obras estagnadas. Já no II trimestre do ano passado (entre Abril e Junho) 75% das construções estavam paralisadas. O INE visitou na altura 3.535 obras em todo o território, das quais apenas 874 estavam em processo de construção, sendo que 2.661 se encontravam paralisadas.
Na relação entre os dois trimestres do ano passado (II e II) registou-se um aumento de 2 pp nas obras paralisadas. Por outro lado, o relatório do INE indica ainda que comparando as obras em construção entre o II e III trimestre de 2023, registou-se uma diminuição na ordem dos 17%, indicando que um número maior de construções ficou paralisada. Significa isto que o número de obras diminuiu, o que reflecte também uma baixa na actividade da construção.
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Estes dois dados combinados justificam-se também porque há um decréscimo no investimento neste sector, muitas das grandes obras que vinham do período anterior à pandemia da Covid-19 ainda não arrancaram, um aumento dos preços dos materiais de construção, que limita por exemplo a autoconstrução e outras obras de média dimensão, e a canalização dos dinheiros públicos para obras específicas, com destaque para o novo aeroporto, combate às ravinas e principais vias rodoviárias.
Luanda lidera obras em construção
Na distribuição das obras em processo de construção entre as diferentes regiões, 721, destacam-se as províncias de Luanda, com 33,56% deste valor, e a do Cuanza Sul, com 12,21%. Seguem-se, respectivamente, as províncias do Bié com 9,57%, Lunda Sul (9,02%) e Huambo com 7,35%. Se analisarmos pela óptica das obras que estão paralisadas no País, 2.404, a província de Benguela lidera claramente este ranking com 25,12%, que corresponde a 604 obras que estão paradas, sendo que na província o INE só identificou 9 obras que estão em processo. Para este universo de obras paradas segue-se Uíge com 14,06% do total, Cabinda com 14,02% e Huíla com 10,19%.
Do lado contrário deste ranking entre obras em construção e obras paralisadas está a província de Luanda, que tem 278 obras em execução e apenas 77 paralisadas. O Cuanza Sul também tem uma prestação positiva, com 88 obras em execução e apenas 21 paralisadas.
Interessante também verificar que da totalidade das obras visitadas, paralisadas e em construção, 2.628 foram classificadas como para habitação, 358 para uso próprio e 118 para propósito misto, que agrega venda, arrendamento e outros. Isto reflecte a necessidade de habitação que existe em todo o território nacional. Confirmando este facto, este universo, de acordo com os destinos das obras, são classificados por obras residenciais (habitação) com 2.969 e não residenciais (constituído por indústria, comércio, hospitais, escolas, escritórios, igrejas e hotéis) com 156.
A interpretação destas categorias é feita por província, onde, na residencial destacam-se, Luanda com 39,86% do total, Cuanza Sul com 14,09%, Bié com 9,45%, Huambo com 9,11% e Luanda Sul com 6,70, respectivamente. Na categoria não residencial destacam-se Lunda Sul com 19,87%, Bié com 19,23%, Cuanza Sul e Luanda com 16,03% cada, e Bengo com 13,46 respetivamente.
Na categoria das obras para habitar, a província de Benguela lidera com 21,27% do total. Segue-se Luanda com 13,82%, Cabinda com 12,37%, Uíge com 9,73% e Huíla com 8,54%.
As províncias que concentraram maior área bruta em metros quadrados entre obras paralisadas e em execução no trimestre em análise foram a Lunda Sul, com 317.376 m2 (42,43% do total), Luanda com 137.200 (18,34%), Bié com 101.695 (13,59%) Cuanza Sul, com 48.945 (6,54%) e Moxico, com 38.872 (5,20%).
Valor Econômico
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