Dois ativistas afiliados à autoproclamada Unidade Nacional para Total Revolução de Angola (UNTRA) foram sequestrados na tarde desta terça-feira, 12, na zona do Zé Pirão, em Luanda, por supostos agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), quando prestariam informações aos cidadãos na via pública sobre a realização de uma manifestação de rua agendada para o dia 23 deste mês, no 1º de Maio, na capital do país, contra a subida vertiginosa da cesta básica.
Segundo apurou o Club-K, trata-se dos ativistas Dimitri Samuel Rangel Neto e Francisco Fernando (Geovany), que haviam sido levados para um lugar incerto, mas que, depois de denúncias feitas por outros ativistas que escaparam das mãos dos efetivos, foram levados para o SIC-Luanda, onde se encontram detidos.
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O ativista Lourenço Xavier Capango, mais conhecido por Lourenço Mulato, coordenador de marketing e propaganda da UNTRA, um dos promotores da pretensa manifestação, disse a este portal que enquanto o grupo caminhava na zona do Zé Pirão, foram surpreendidos por uma viatura da marca Land Cruiser cor branca com vidros fumê.
Na viatura havia homens armados pertencentes à Direção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) e dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), que, após abordarem os ativistas, os obrigaram com violência a subir na referida viatura, que para os ativistas está a serviço do MPLA.
“Somos um movimento revolucionário denominado UNTRA, que entendemos ressurgir o ativismo cívico em Angola. Nessa senda, convocamos uma manifestação de âmbito nacional para o dia 23 de Março”, disse.
Lourenço Mulato denunciou que o desejo das autoridades angolanas é impedir a realização do protesto, daí a razão da perseguição e sequestro dos ativistas, afirmando que a manifestação será realizada no Largo da Família, no 1º de Maio, cuja concentração acontece às 10h, no largo do Cemitério da Santana.
Lourenço Mulato adiantou igualmente que os ativistas da Unidade Nacional para Total Revolução de Angola (UNTRA) poderão apoiar a greve dos trabalhadores, pois entendemos que Angola carece da unidade de todos para invertermos o quadro político e social que o país atravessa.
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