Um conhecido ativista angolano, Albino Capinala, acusou empresas chinesas de violarem há muito tempo as leis sobre o trabalho infantil em Angola e pediu medidas duras por parte das autoridades.
Capinala reage à denuncia da secretária interina da SADC para Integração Regional, que afirmou haver um aumento do número de crianças envolvidas em trabalho infantil na região.
A secretária interina falou durante a reunião dos ministros do emprego e trabalho, juntamente com os Parceiros Sociais da Região Austral.
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Só em Angola, existem cerca de 18.000 crianças, com idades entre 10 e 17 anos, sujeitas ao trabalho infantil, de acordo com o diretor do Instituto Nacional da Criança, Paulo Kalesi.
O governo angolano aprovou, em Junho do ano passado, o Plano de Erradicação do Trabalho Infantil, sob a coordenação dos Ministérios da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, bem como da Acção Social, Família e Promoção da Mulher.
O plano abrange diversas ações destinadas a mitigar o problema do trabalho infantil. Contudo, desde a sua apresentação, há ausência de informações sobre os resultados das medidas implementadas pelas autoridades.
A SADC alertou para um aumento da exploração do trabalho infantil na região e instou os governos a intensificarem os esforços para combater essa situação.
Um jovem de 17 anos, de nome Miguel Francisco, proveniente da província da Huíla, relata que tanto ele quanto vários dos seus colegas estão envolvidos na construção da segunda fase do shopping Cidade da China, em Viana. “Trabalho aqui há três meses, vim do Lubango. Somos muitos. Trabalhamos na construção da nova Sã Pã”, disse.
Para além dos meninos que abandonam a escola para trabalhar como engraxador de sapatos ou vendedor de diferentes produtos, na capital é possível encontrar crianças entre os 10 e os 17 anos a lavar carros ou a fazer outro tipo de trabalho, como limpeza de grandes terrenos.
Francisco João Narciso, de 16 anos, que está envolvido na construção de uma zona residencial, compartilha as motivações por trás desse empreendimento.
“O dinheiro serve para comprar roupa e também para a mãe, às vezes o nosso trabalho é capitar, deitar lixo, passar blocos e ajudar a construir”, disse.
O ativista, Albano Capinala, atento à exploração de menores, diz lamentar constatar que a China é o maior transgressor nessa questão.
“Onde mais há mais exploração de menores é nas empresas chinesas”, disse Capinala que, sublinhou que essa situação “não é só de agora (mas sim) desde que eles se enraizaram neste país”. “Eles têm uma exploração pior que o colono”, disse.
Albano Capinala apela às autoridades uma postura mais rígida em relação ao assunto. “Deve haver uma lei mais rígida, porque não fica bem essa explicação sobre o que tem acontecido com as crianças”, afirmou.
VOA
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